Força-tarefa garante documentos a quase 150 índios em Bertioga

Mutirão na Aldeia do Rio Silveira garantiu aos beneficiários acesso a uma série de direitos e serviços públicos

Por: Da Redação  -  19/12/18  -  13:30
  Foto: Poupatempo/Divulgação

Cento e quarenta e dois índios da Aldeia do Rio Silveira, em Bertioga, ganharam nove dígitos que lhes permitirão ter direitos já concedidos a outros brasileiros: retiraram o RG num mutirão promovido pelo Poupatempo, do Governo Estadual.


O cacique Adolfo Wera Mirim Timotio, de 53 anos, afirma que o documento garante acesso a formação escolar, saúde e outros serviços públicos, “como Bolsa Família, tirar aposentadoria, auxílio-maternidade, pensão, essas coisas”.


“Aqui dentro da aldeia, eles não precisam portar o documento, mas, quando saímos da reserva, nos tornamos cidadãos comuns”, diz o cacique, sobre os cerca de 600 índios da aldeia, em 130 famílias, na divisa com São Sebastião.


Segundo Silvia Cabral, superintendente da Coordenadoria de Atendimento do Poupatempo, funcionários da unidade de Mogi das Cruzes foram deslocados, uma semana antes, para captar dados no local.


Se os índios precisassem ir até lá, além da despesa com transporte particular – ônibus municipais não passam na aldeia –, seria preciso gastar com fotos, cópias e vaivém de documentos.


Além da identidade, também foram entregues 59 carteiras de trabalho e certificados de alistamento militar.


“Já participei de vários eventos externos, mas numa aldeia foi o primeiro. Mesmo com os índios que só falavam tupi-guarani, não houve problema. Recebemos ajuda e, mesmo com mímica, correu tudo bem. As fotos de alguns foram com a característica pintura no rosto”, diz.


Fora da aldeia


Márcio José Alvim, técnico indigenista da Funai, ressaltou a necessidade da parceria com Poupatempo, Tribunal de Justiça do Estado, Receita Federal, Prefeitura de Bertioga e cartório para dar acesso à documentação civil.


“Aqui, por exemplo, tem uma índia aluna da faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina que, antes de ir para Florianópolis, contou que o propósito era se formar e trabalhar na terra indígena. Sem documentos, não seria possível”, conta.


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