Baixada Santista tem 16.743 novos moradores em um ano

Crescimento regional supera média nacional

Por: Da Redação  -  29/08/19  -  22:55
De acordo com o IBGE, a cidade de Santos foi a que menos cresceu entre os anos de 2018 e 2019
De acordo com o IBGE, a cidade de Santos foi a que menos cresceu entre os anos de 2018 e 2019   Foto: Carlos Nogueira/ AT

As nove cidades da Baixada Santista ganharam 16.743 habitantes entre os anos de 2018 e 2019. O crescimento de 1,34% notado no período na região é superior à média brasileira, de 0,79%. Nos últimos nove anos, a Baixada passou a ter 201 mil moradores a mais, um acréscimo de 12,09%. Hoje, a região tem uma população estimada em 1.865.397 pessoas.  


Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quarta-feira (28) dados dos residentes nos 5.570 municípios do país, com data de referência em 1º de julho de 2019.


Bertioga puxou a alta em quase uma década, com 32.75% residentes a mais desde 2010 (15.604 pessoas). A cidade cresce acima da média das outras na região. A variação foi de 2,45% entre as estimativas de 2018 e 2019. A segunda colocada em crescimento, Praia Grande, teve alta de 1,85% no mesmo período e 24,04% em nove anos.  


Análise 


Para a professora universitária e geógrafa Márcia Frigerio, ao analisar os números, é preciso lembrar que a Região Metropolitana teve como polos de desenvolvimento o Porto de Santos e as indústrias de Cubatão.  


“Depois da expansão dessas áreas, a ocupação começa a ser extensiva ao longo do litoral. Bertioga se emancipa de Santos em 1991, começa a desenvolver sua infraestrutura e, assim, atrai gente. Maior população é consequência de urbanização mais forte”. 


Em terceiro na lista de crescimento está Mongaguá: 22,48% de alta no número de habitantes em nove anos (10.409 pessoas a mais), sendo que o acréscimo entre 2018 e 2019 também foi mais alto que o da média nacional, com 1,74% (971 pessoas). 


Para Márcia, a explicação está nos limites entre as cidades. Mongaguá faz divisa com Praia Grande e Itanhaém, cidades com maior e menor crescimento populacional que ela, respectivamente. 


“A população extravasa aos municípios vizinhos. Por perto, quem tem oferecido mais qualidade de vida é Praia Grande. É natural que as cidades no entorno cresçam junto. Fora a comunicação pela Via Expressa Sul, que facilitou muito”.  


Outro ritmo 


Por outro lado, se Santos foi a cidade que menos cresceu populacionalmente no último ano (0.08%), ao menos voltou a aumentar, após encolher no número de habitantes entre 2017 e 2018.


“A Ilha de São Vicente, onde Santos está, foi saturada. Preços influenciam, mas, segundo a Fundação Seade, Santos tem tendência de crescimento, apesar de baixo, até 2035. Possui altos padrões de qualidade de vida e as famílias, apesar de terem menos filhos, tentam se manter nela”, finaliza a geógrafa, comparando a situação com o que acontece em cidades de países desenvolvidos.


No país  


A nova estimativa populacional mostra o país com 210.147.125 habitantes, quantidade superior aos 208 milhões registrados em 2018. Três estados do Sudeste estão no topo da lista dos mais populosos: São Paulo lidera com 45.919.049 habitantes. Em seguida, vêm Minas Gerais, com 21.168.791, e Rio de Janeiro, com 17.264.943. 


Praia Grande investe para o crescimento sustentável 


Para crescer de forma sustentável, o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, diz investir no equilíbrio fiscal, revisão dos gastos, gerenciamento de despesas e busca por novas fontes de receitas.  


Nos últimos anos, a cidade ganhou novas escolas, Unidades de Saúde da Família (Usafas), obras voltadas à mobilidade urbana, ampliação da coleta seletiva, reurbanização do calçadão da orla, instalação de novas câmeras e suporte à Guarda Municipal. 


“Em 20 anos, transformamos o município, fazendo com que fosse respeitado por todos. Enquanto o país mergulhava na crise financeira, Praia Grande manteve o poder de investimentos. Agora, há dois caminhos: aprimorar os sistemas de saúde, segurança e transporte e ampliar serviços para a população que chegará”, diz Mourão. 


Bertioga quer revisar Plano Diretor, considerado obsoleto 


O próximo desafio de Bertioga é revisar o Plano Diretor, considerado obsoleto pela prefeitura. Além disso, a cidade entende que outro grande desafio é fazer mais com menos dinheiro, cuidando dos mais de seus 90% de área preservada. 


Entre as mudanças, estuda criar percentuais de ocupação de terrenos em áreas afastadas da praia, permitindo investimento em habitação popular. Isso por conta do aumento de preço do metro quadrado.  


Sobre as dificuldades no preparo para o crescimento, a prefeitura diz, em nota, depender de transferências dos governos Federal e do estado, por isso o planejamento é fundamental. 


Mesmo assim, investiu R$ 17,7 milhões em infraestrutura entre 2017 e 2019. Recentemente, assinou contrato com a Caixa de cerca de R$ 27 milhões para drenagem e pavimentação em todos os bairros. 


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