Baixada Santista deve receber 4 milhões de turistas paulistas em 2020

Número representa 20,1% do total do Estado; pesquisa mostra que região será um dos destinos mais procurados durante a retomada

Por: Maurício Martins  -  19/08/20  -  00:26
Hotéis implantaram medidas sanitárias e já recebem consultas para o fim do ano
Hotéis implantaram medidas sanitárias e já recebem consultas para o fim do ano   Foto: Matheus Tagé/AT

A Baixada Santista deve receber, até o fim deste ano, 4,187 milhões de turistas paulistas, 20,1% de todos os que viajarem dentro do Estado, que devem somar 20,695 milhões. O estimado é que eles gastem R$ 3,7 bilhões nas nove cidades locais. Embora em números absolutos seja uma queda em relação a 2019, trata-se de um aumento da participação da região no bolo estadual. No ano passado, o montante ficou em 18,2%, ou 5,2 milhões dos 28,7 milhões de viajantes. 


>> Confira a estimativa para o fluxo de turistas em 2020


Esse é o cenário mais provável de uma pesquisa feita pela Secretaria Estadual de Turismo e divulgada nesta segunda-feira (17). Com o resultado, a perspectiva é de que a Baixada, se recupere mais rápido da crise provocada pela pandemia do que a maioria das outras regiões do Estado. A região perde apenas para a Capital, que seguirá como o principal destino turístico nacional.  


Porém, como a maioria dos visitantes de São Paulo é motivada por atividades comerciais vinculadas a aglomerações - feiras, comércio popular, convenções e grandes eventos culturais - as limitações impostas pela covid-19 farão com que esse retorno seja mais lento. A participação da capital no todo o Estado, de acordo com a pesquisa, passará de 31,6% em 2019 para 26,2%, fechando 2020 com 13,9 milhões de visitantes. 


Nesse período de retomada, as pessoas devem procurar viagens mais curtas e de carro, seja para evitar aglomerações em aviões e aeroportos, seja porque o dinheiro estará mais curto. Assim, a tendência é que moradores de toda a Grande São Paulo priorizem a região nos próximos meses.  


Segundo o levantamento, a Baixada deve fechar o ano com 5,234 milhões de viajantes nacionais (incluindo os paulistas) e 24 mil internacionais. Em 2019 foram cerca de 8 milhões de pessoas no total. Já no Estado, a quantidade cai de 46,3 milhões para 29,5 milhões de turistas nacionais e internacionais.  


Otimismo 


O secretário estadual de Turismo, Vinicius Lummertz, diz que Interior e Litoral de Estado vão sair na frente na retomada por causa da dificuldade da Capital de retomar os eventos. Ele lembra que a Baixada Santista, embora tenha subido na participação estadual, ainda perderá mais de 2 milhões de turistas.  


“Agora vai depender muito do que acontecer no verão, janeiro e fevereiro (2021). Se tivermos um controle da pandemia, poderemos ter uma volta fortíssima no verão. Vamos observar agora o que vai acontecer no verão europeu, se as aglomerações vão gerar problemas. Mas temos um potencial de crescimento importante em 2021. Estamos gastando alguns bilhões fora do País, grande parte disso ficará aqui no ano que vem”. 


O presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes (SinHoRes), Heitor Gonzalez, explica que o setor já tinha a expectativa de que o turismo de curta distância, em que a pessoa pega o carro e viaja por até 3 horas, iria crescer. “Hoje o grande receio é o avião. As longas viagens pelo Brasil e as internacionais devem diminuir 90%”.  


Segundo Gonzalez, os hotéis da região já estão com grande procura por consultas para pacotes de final de ano. “Nós perdemos durante os últimos cinco meses. E onde vamos ganhar? No fim do ano. Nossa expectativa é melhor do que a do ano passado, que já foi a melhor dos últimos cinco anos. Por incrível que possa parecer. Porque esse cliente está preso no Estado”.  


O presidente do sindicato diz, porém, que ainda levará um tempo para o setor de recuperar. “Mas se você está numa situação quase morrendo afogado e começa a ver de longe um navio, vindo com um monte de boias para te salvar, já te dá um ânimo. O turismo é o primeiro a sofrer e sofre muito. Mas é um seguimento que se recupera rápido”. 


Heitor afirma que nos primeiros 15 dias de agosto deste ano, para a maioria dos restaurantes, o faturamento foi igual ou melhor do que no ano passado. “Trabalhando 6 horas e com 40% da ocupação. Isso demonstra a ânsia do povo”.  


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