Especialista de Santos conta como a arquitetura pode ajudar no processo de inclusão social

A acessibilidade arquitetônica ganha destaque como uma ferramenta que contribui para a melhoria da qualidade de vida

Por: Giovanna Corerato  -  04/06/23  -  19:15
Rampas suaves, corrimãos e portas de fácil manuseio acabam sendo apenas a “ponta do iceberg” na busca por um futuro mais igualitário
Rampas suaves, corrimãos e portas de fácil manuseio acabam sendo apenas a “ponta do iceberg” na busca por um futuro mais igualitário   Foto: Adobe Stock

Imagine um mundo em que os edifícios e as casas sejam projetados para acolher perfeitamente qualquer pessoa, de modo que as escadas estejam longe de ser obstáculos e as portas não se tornem barreiras. De museus a escolas, de residências e escritórios a parques, a acessibilidade arquitetônica ganha destaque como uma ferramenta que contribui para a promoção da inclusão.


Tanto que as rampas suaves, os corrimãos e as portas de fácil manuseio acabam sendo apenas a “ponta do iceberg” nessa busca por um futuro mais igualitário. Para a arquiteta especialista em acessibilidade Shirley Vaz Vedovate, “a principal característica de uma edificação acessível é permitir que todas as pessoas, incluindo aquelas com mobilidade reduzida, possam acionar, utilizar e vivenciar o mobiliário, os equipamentos e demais elementos presentes nos espaços”.


Além disso, é essencial que esses lugares atendam às necessidades das pessoas considerando aspectos como idade, obesidade, gestação, mobilidade reduzida, cegueira e público em geral. Tem mais: a arquitetura acessível não se limita às adaptações físicas.


“Quando a acessibilidade é aplicada em conjunto com a arquitetura, isso garante os direitos e liberdades fundamentais para o ser humano, e permite a igualdade de oportunidades para todos, a partir da eliminação de barreiras nos ambientes”, afirma Shirley.


Legislação
Uma série de normas e diretrizes regulamenta o acesso das pessoas aos mais variados espaços e serviços. A Lei de Acessibilidade, fiscalizada pelo Ministério Público Federal (MPF), serve para avaliar e indicar se todos os estabelecimentos realmente atendem ou, então, se precisam se adequar a tais exigências.


Shirley acrescenta que é “preciso eliminar as barreiras arquitetônicas existentes nos meios de transporte, em edifícios residenciais e comerciais, assim como em escolas, hospitais, clínicas, indústrias, restaurantes, lojas, supermercados e shoppings”.


Benefícios
A especialista ressalta que investir em imóveis acessíveis não é apenas uma questão de cumprir a lei. Ao mesmo tempo em que favorece a inclusão, isso melhora a qualidade de vida de todos. Sem falar do reflexo econômico, já que a arquitetura inclusiva tende a ampliar o público atendido em espaços comerciais, turísticos e assim por diante.


Desafios
Entre os desafios enfrentados no dia a dia pela maioria das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, estão:
- Dificuldade na locomoção urbana e falta de calçadas realmente adequadas;
- Limitações para acessar o transporte público;
- Andar dentro da própria casa, muitas vezes, se mostra algo complexo;
- Deparar-se com banheiros pequenos e sem a devida adaptação, dentro das normas nacionais.


Adaptação
Confira alguns itens importantes para se ter um imóvel ou edifício inclusivo:
- Todas as entradas devem ser acessíveis, assim como as áreas comuns, balcões de atendimento e sanitários;
- A sinalização dos espaços precisa ser não só visual como tátil;
- Os elevadores e as vagas de estacionamento também têm de estar adaptados para esse contexto.


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