Pela cultura de não se rebaixar a cultura
O advento da Covid-19, por vias tortas, ressaltou a importância das manifestações artísticas em nosso cotidiano
O advento da Covid-19, por vias tortas, ressaltou a importância das manifestações artísticas em nosso cotidiano. A cultura nos entreteve, nos fez pensar, nos serviu de inspiração, estimulou nossa saúde mental, nos instigou, nos acalentou num momento árduo.
Ironicamente, foram justamente os profissionais da cultura a classe que mais sofreu na pele as dificuldades econômicas impostas pelo vírus. Com teatros, cinemas, circos, casas de shows fechados, essas pessoas viram seu meio de sustento cessar da noite para o dia. Os nomes mais conhecidos na mídia ainda tiveram condições de se manter, mas e quanto ao artista que não desfruta da mesma fama?
Por isso é preciso louvar a iniciativa do prefeito de Santos, Rogério Santos, que decidiu remar contra a maré e aumentou a verba destinada à Secretaria Municipal de Saúde para 2022 – R$ 41,9 milhões, um incremento de 9% na comparação do orçamento atual. Justamente em razão dos impactos sofridos pelo setor nesses tempos difíceis.
Desde o ano passado, uma das preocupações da Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) – da qual sou integrante – era encontrar formas de amparar a área artística após tantos meses de dificuldades. As interlocuções com o Palácio dos Bandeirantes deram resultado. Em maio, o Governo do Estado anunciou um investimento de R$ 200 milhões para 9.340 projetos de artistas, produtores culturais e prefeituras – sendo R$ 2 milhões para a Baixada Santista, Vale do Ribeira e Pontal do Paranapanema.
Que a sensibilidade do prefeito santista inspire mais municípios, independentemente de tamanho, a também valorizar o trabalho dos artistas paulistas. O fomento à cultura local é, no final das contas, um investimento numa cidade melhor.
