Pandemia aumenta busca por psiquiatras

Médicos recebem pacientes novos e com recaída, mostra pesquisa

Por: Da Redação  -  18/05/20  -  01:10
Atualizado em 19/04/21 - 16:48
  Procura não é maior por medo do coronavírus, diz Reis (à esq.), mas Rezende tem recebido mais gente
Procura não é maior por medo do coronavírus, diz Reis (à esq.), mas Rezende tem recebido mais gente   Foto: Divulgação

A pandemia do coronavírus vem fazendo crescer a procura por consultas psiquiátricas, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Na última semana, a entidade divulgou resultado de pesquisa realizada entre seus associados.


Médicos psiquiatras de 23 estados e do Distrito Federal participaram do levantamento, que identificou a realidade dos atendimentos durante a pandemia em todo o País: 47,9% dos entrevistados perceberam aumento em seus atendimentos após o início da pandemia. Neste grupo, 59,4% disseram que os atendimentos cresceram até 25% quando comparados ao período anterior.


A pesquisa também teve como objetivo identificar os atendimentos a pacientes novos, que apresentaram recaída após o tratamento já finalizado ou o agravamento de quadros psiquiátricos em pacientes que ainda estão em tratamento. Do total, 67,8% responderam que receberam pacientes novos após o início da pandemia, pessoas que nunca haviam apresentado sintomas antes.


E 69,3% informaram que atenderam pacientes que já haviam recebido alta médica e que tiveram recidiva de seus sintomas, que retornaram ao consultório ou fizeram novo contato para atendimento.


Além disso, 89,2% dos médicos entrevistados destacaram o agravamento de quadros psiquiátricos em seus pacientes devido à pandemia do covid-19.


Dois cenários


Bruno Reis, médico psiquiatra da Santa Casa de Santos, afirma que, de fato, dois cenários predominam: pacientes novos e aqueles que apresentam recaída ou agravamento de quadro.


Reis diz que a procura pode não ser ainda maior pelo receio que muitas pessoas têm de ir a médicos ou hospitais e serem contaminadas. Então, optam por se manterem em casa.


Miguel Ximenes de Rezende, psiquiatra da Unimed, também tem esse entendimento. Na cooperativa, houve redução no número de consultas, de 6.134 entre dezembro de 2019 e fevereiro deste ano, para 5.403 entre março e maio.


“Além dos pacientes em quarentena, muitos médicos também estão em quarentena, sem atender”, comenta Rezende.


Em seu consultório, a procura aumentou. “Aumentei mais dois horários no dia, mas, se aumentasse seis ou oito, surgiriam pacientes”, declara.


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