Vida em comunidade sob a vertente social da sigla ESG é discutida em fórum, em Santos

Esse foi um dos aspectos discutidos no segundo encontro da Agenda ESG, nesta quinta-feira (26), no Grupo Tribuna

Por: ATribuna.com.br  -  27/10/23  -  06:27
Participantes ponderaram a necessidade de se basear nas diferentes realidades regionais, com o intuito de melhorar a vida da comunidade
Participantes ponderaram a necessidade de se basear nas diferentes realidades regionais, com o intuito de melhorar a vida da comunidade   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A letra S do termo ESG (ambiental, social e governança, na sigla em português) fica no meio da sigla talvez não por acaso, mas por ser um elo das outras ideias. Por isso, deve ser ampla, diversa e inclusiva. O processo de amadurecimento desses conceitos, porém, precisa ser autêntico, calcado nas diferentes realidades regionais e com o intuito de melhorar a vida da comunidade.


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Esse foi um dos aspectos discutidos no segundo encontro do evento Agenda ESG, realizado na tarde detsa quinta-feira (26), no auditório do Grupo Tribuna. Os debates foram conduzidos pela gerente de Projetos e Relações Institucionais do Grupo Tribuna, Arminda Augusto, e pelo economista e presidente da GO Associados, Gesner Oliveira.


No primeiro painel, cujo tema central era Diversidade, Equidade e Inclusão, a especialista em Gestão Pública de Saúde e membro do Centro Internacional de Longevidade Brasil, Amena Ferraz, apontou que as discussões sobre o aspecto social do ESG devem ser realistas.


“Não tem soluções simplistas. Se alguém propõe uma solução simples para um problema complexo, melhor voltar e começar de novo. Estamos falando de um País que tem uma história, e precisamos conversar sobre essa história, revisitar os livros”, crê.


Ela pondera, ainda, que as conversas sobre o S da sigla ESG devem ser pautadas pelo afeto, mas de um modo diferente. “Não é sobre afetividade, amor, mas de ser afetado de fato. Quanto isso me atinge, para que eu possa abordar a temática e promover mudanças de curto, médio e longo prazos”, declara.


Cultura
Presidente da Fundação Iochpe, Cláudio Anjos celebra esse processo de transformação de mentalidade em curso — nas empresas e nas pessoas.


“O entendimento geral sobre a importância de ser concreto e sincero é fundamental para as empresas refletirem sobre seu papel na sociedade e sua responsabilidade em promover a mudança social. É uma oportunidade provocar a reflexão interna nas empresas.”


Ele lembra que não são poucos os casos em que a opção por uma empresa pode ser influenciada pela postura dela perante a sociedade. “A gente tem a sorte de ter uma geração muito mais comprometida com propósitos do que com salários.”


Visibilidade
Gerente de Valor Social da Globo e coordenadora do projeto LED (Luz na Educação), Viridiana Bertolini entende que a transformação social pela educação é uma das premissas da iniciativa.


“Resgatando a história da Globo, ela sempre foi uma empresa pautada perla transformação social, pelo fomento à educação como vetor de transformação social. Daí, a gente pensou que o movimento poderia abarcar todo esse universo e que fosse alinhado a esse DNA. Dali nasceu o LED, que olha para quem está transformando a educação na ponta e fomenta, impulsiona e reconhece as iniciativas”.


Segundo ela, a importância desse debate e da troca de ideias contribui para avançar na conquista e na criação de uma nova cultura. “É fundamental unir esforços e repensar o posicionamento interno para promover a transformação.”


O segundo painel do dia mostrou a necessidade de um mercado de trabalho cada vez mais pronto para receber as pessoas pretas
O segundo painel do dia mostrou a necessidade de um mercado de trabalho cada vez mais pronto para receber as pessoas pretas   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Mercado mais acolhedor
O segundo painel do dia mostrou a necessidade de um mercado de trabalho cada vez mais pronto para receber as pessoas pretas, mas com o compromisso de permitir e estimular sua ascensão profissional.


Além disso, a percepção de que há poucos negros em postos de liderança e que deve haver alternativas para mudar o quadro marcou os debates.


“A gente vive um paradoxo. Temos mais de 50% da população brasileira formada de pretos e apenas 5% (dela está) em cargos executivos. O que queremos é mais oportunidade para que os talentos aflorem. Certamente, vão agregar valor em termos de inovação e criatividade”, afirma o presidente do comitê de gestão do Lide Equidade Racial, Ivan Lima.


A coordenadora de Projetos em Direitos Humanos do Instituto Ethos, Scarlett Rodrigues, cobra melhor entendimento das empresas nesse papel de viabilizar o desenvolvimento profissional das pessoas pretas.


“A gente precisa ocupar mais espaços (nas empresas) para que consiga, de fato, políticas mais assertivas e que mudem de fato os cenários. E um dos conselhos é que as empresas façam diagnósticos, para saber onde a empresa se encaixa, para saber se ela própria desenvolve políticas assertivas”, pondera.


Aplicativo
A criadora da Akiposso+, uma startup sem fins lucrativos que usa a tecnologia para promover a inclusão social, Andrea Napolitano, relata um desafio constante: trata-se, de acordo com ela, de oferecer oportunidades a pessoas em vulnerabilidade social.


“Falamos de pessoas que vivem em comunidades carentes. Estimulamos a abraçar oportunidades e pavimentar sua mobilidade social”, comentou.


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