Indústrias de Cubatão mantêm preocupação com sustentabilidade

Investimento de mais de US$ 3 bilhões já levou a cidade a ser reconhecida pela ONU como símbolo de recuperação

Por: Redação  -  18/07/21  -  10:11
Atualizado em 18/07/21 - 14:55
 Preocupação ambiental ainda é realidade em Cubatão
Preocupação ambiental ainda é realidade em Cubatão   Foto: Rogério Soares/AT

A imagem de uma Cubatão tomada pela poluição, que resultou na triste alcunha de ‘Vale da Morte”, acompanhou a cidade por muitos anos. No entanto, a preocupação com sustentabilidade ganhou corpo e entendimento de todos os entes envolvidos, privados ou público. Hoje, a realidade já é outra. Mas há muito a caminhar.


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De acordo com o último relatório anual “Qualidade do Ar no Estado de São Paulo”, da Cetesb, de 2020, por exemplo, na área central de Cubatão, houve duas ultrapassagens do padrão diário de qualidade do ar para o poluente SO2, o dióxido de enxofre, e não houve ultrapassagens pelo poluente ozônio e nem para material particulado.


“Os níveis caíram significativamente nos anos 1980 e 1990, mas ainda se mantêm acima dos padrões de qualidade do ar. Nos últimos quatro anos, as concentrações médias das estações Cubatão-Vila Parisi e Cubatão-Vale do Mogi têm se mantido praticamente estáveis, o que pode estar relacionado às condições meteorológicas mais favoráveis observadas na região, nesses anos, bem como à manutenção da paralisação parcial de alguns processos industriais de empresas locais”, diz o relatório.


A análise da Cetesb faz uma ponderação sobre o ano passado, onde, com a pandemia, a atividade industrial, principalmente nas áreas de fertilizantes, teve uma redução forçada, o que impactou na avaliação.


“O problema de poluição do ar em Cubatão, a despeito de sua complexidade, tem seu equacionamento encaminhado e parte dos planos de controle já foi consolidada, e ações estão previstas no Plano de Redução de Emissão de Fontes Estacionárias (PREFE). Além da ênfase ao cumprimento das metas de controle estabelecidas, deve-se ressaltar que foi estabelecido um programa de manutenção das reduções obtidas”, diz, ainda, o relatório da Cetesb.


Avanços históricos


Raul Elias Pinto, presidente do Ciesp-Cubatão, acredita que as empresas do Polo têm consciência da importância das boas práticas ambientais, num feliz contraste com as políticas desenvolvidas décadas atrás.


“Cubatão e o Polo Industrial sempre foram vistos como fonte de poluição. Muitas ações foram desenvolvidas neste sentido. Quanto à lei ambiental, temos que lembrar que a primeira indústria instalada em Cubatão foi em 1922 e a primeira lei de controle de poluição no Estado de São Paulo foi implantada somente em 1976, mais de cinco décadas depois”, pondera.


Ele lembra que, em 1983, teve início o Programa de Controle Ambiental, onde as indústrias investiram mais de US$ 3 bilhões, com projetos de controle de operação interno, poeira, ações para saneamento, levando Cubatão a ser reconhecida pela ONU como cidade símbolo da recuperação ambiental.


Prefeitura


A Prefeitura de Cubatão, via Secretaria do Meio Ambiente, em parceria com os órgãos ambientais como a Cetesb, e com apoio vigilante do Ministério Público Federal e Estadual, garante a existência de diálogo com as empresas, tanto para fiscalização quanto para a execução de projetos ambientais que promovam o combate à poluição.


“O Município também se debruçou na construção de marcos legais que trouxeram regras e apoio à manutenção ambiental em temas que abordam a sustentabilidade, a coleta seletiva, a logística reversa, o gerenciamento de resíduos. E leis que visam incentivar ações e dispor sobre obrigações para avaliação, prevenção, mitigação, compensação, compatibilização dos impactos”, diz a Administração Municipal.


Também são realizados projetos de Educação Ambiental, estimulando conscientização, sensibilização e respeito ao meio ambiente junto a crianças, adolescentes e comunidade em geral.


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