Base fraca em Matemática às vezes impede que sejam concluídos cursos gratuitos em SP

Sobram vagas nos cursos do 'Eu Capacito', do Instituto IT Mídia

Por: Redação  -  03/07/22  -  19:41
Quando chegava em Lógica, a taxa de conclusão baixava 10%. As pessoas não conseguiam avançar. Isso levou a instituição a criar um curso para justamente ajudar esse público
Quando chegava em Lógica, a taxa de conclusão baixava 10%. As pessoas não conseguiam avançar. Isso levou a instituição a criar um curso para justamente ajudar esse público   Foto: Unsplash

Enquanto sobram vagas nos cursos de qualificação profissional gratuita ligados ao Estado, o problema é outro com relação a isso no Instituto IT Mídia, com sede na Vila Olímpia, em São Paulo, de acordo com Vitor Cavalcanti, diretor-geral da instituição: a falta de capacidade das pessoas para concluí-los. Em especial do Eu Capacito, que conta com 135 cursos gratuitos em tecnologia, habilidades digitais e algumas humanas.


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O projeto foi colocado no ar durante a pandemia, em razão da subida do desemprego envolvendo pessoas com ou sem graduação – e que não iriam conseguir voltar para o mercado de trabalho por ausência de qualificação.


“Seis meses depois de lançado, 500 mil pessoas já tinham participado de, pelo menos, um dos cursos, com taxa de conclusão acima de 40%. Para curso gravado, sem interação ao vivo com o professor, é uma taxa incrível para o mundo on-line”, afirma Vitor, jornalista de formação. “Mas, quando eu chegava em cursos de Phyton, Java e programação um pouco mais pesada, a taxa de conclusão baixava 10%. E daí a gente foi investigar o porquê. Chegava em Lógica, que era a base da programação, e as pessoas não conseguiam avançar de jeito nenhum, o que nos levou a criar um curso de Lógica para programação e ajudar essas pessoas”, emenda.


Foco e mobilização
A base fraca em Matemática durante a vida escolar é a principal justificativa para que isso aconteça, lembra o diretor-geral do Instituto IT Mídia. “Não há esse estímulo no Brasil. A criança fala que Matemática é chata, os pais concordam e acabou. Essa é a primeira fase. E aí chegamos ao Ensino Superior que, quando passou por essa massificação, também registrou uma queda de qualidade”, argumenta. E não é só: muitos chegam com dificuldade até de interpretar textos, mesmo depois de passar pela graduação.


“Temos que ter um olhar muito focado para a educação. É um projeto de País. Se a gente não fizer isso, não vai aproveitar esse boom de transformação. É a grande oportunidade que o Brasil tem para fazer uma mobilização social. O País é rico e, ao mesmo tempo, pobre pela desigualdade que temos”, afirma.


O trabalho com pessoas que não são diretamente ligadas à tecnologia também é importante, pois precisam de habilidades relacionadas àquele setor. “É um dinheiro tão grande que vai girar – e que eu nem consigo calcular o tamanho - por conta de digitalização e de tecnologias que estão chegando”, projeta o diretor-geral do IT Mídia.


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