Minha primeira memória futebolística com Maradona remete a Copa de 1994. Eu tinha apenas 7 anos, mas ver aquele camisa 10, de olhos arregalados, correndo e gritando em direção a câmera após o terceiro gol da Argentina contra a Grécia foi marcante.
Não pude ver muito do Pibe naquela Copa. Logo veio o doping na partida contra a Nigéria e a suspensão do camisa 10. Mas aquela intensidade que Maradona transmitia no olhar marcou. Continuei acompanhando a Argentina na Copa, que também não durou muito. Caíram para a Romênia nas oitavas de final.
No ano seguinte, vivi a expectativa de ver Maradona com a 10 de Pelé, no Santos. Um sonho que ficou apenas nisso, um sonho.
Com o tempo (e com a internet) passei a ver os vídeos, lances, saber das polêmicas, do mundo que cercava D10s, como o Pibe é definido pelos argentinos. Se eu pudesse definir Maradona, em duas palavras, seria intensidade e paixão.
Maradona foi intenso. Em toda sua vida. E viveu com paixão. Paixão pela sua terra, paixão pelos seus fãs e, principalmente, pelo esporte, pelo futebol, pela bola.
Essa mistura fez o Pibe viver no limite. Quase sempre. Não foram poucas as tentativas de reabilitação. Não foram poucas as páginas policiais e nem as falsas comunicações de morte do ex-jogador. Por essas escolhas, ele pagou até os últimos dias. Mesmo operado, com todos os riscos, Maradona ainda vivia em crise de abstinência devido ao alcoolismo.
Hoje é um dia triste para o futebol. A bola chora pela perda daquele que, talvez, a tenha tratado com mais carinho. Seja no chute, cabeceio e até na mão (de Deus). Descanse em paz, don Diego Armando Maradona.