O ano de 1932 foi marcado por um avanço importante para as mulheres em relação a política, uma vez que o Código Eleitoral passou a garantir que todas as mulheres acima de 21 anos tivessem os direitos de votar e serem votadas em todo o Brasil. Dois anos depois, esse direito passou a fazer parte da Constituição.
Três nomes merecem ser citados pelo importante papel que exerceram para que isso se tornasse realidade: Carlota Pereira de Queirós, a primeira mulher eleita no Brasil, Antonieta de Barros, a primeira mulher negra eleita, e Bertha Lutz, a maior figura sufragista daquele período.
Bertha, ainda que tenha sido uma das vozes mais importantes na defesa do direito ao voto para as mulheres, não conseguiu se eleger, quando foi candidata em 1934. A quantidade de votos garantiu-lhe apenas a suplência, vindo a assumir a cadeira dois anos depois, porém despediu-se do mandato quando foi decretado o Estado Novo e consequentemente o fechamento do Congresso.
De lá para cá, muita coisa mudou. Mulheres importantes surgiram no cenário político em todas as esferas. Porém, o número de cadeiras ocupadas por elas está muito aquém de representar o percentual ideal, se comparado à divisão que existe entre homens e mulheres no Brasil. Ainda que representem mais da metade do 53% do eleitorado, ocupam hoje menos de 15% dos cargos eletivos, deixando claro que muita coisa ainda tem que melhorar em relação a essa questão.
Se a obrigação prevista na lei eleitoral para que partidos e coligações tenham o mínimo de 30% dos candidatos do sexo feminino não é suficiente para que tenhamos esse equilíbrio, outras medidas devem ser estudadas o quanto antes.