A vacinação contra a Covid é uma conquista, mas é obrigação das prefeituras se organizem

Aglomerações entre idosos, além de fila de espera foram cenas vistas no início da imunização contra essa faixa etária nas cidades da região

Por: Júnior Bozzella  -  15/02/21  -  09:08
Plano prevê a vacinação de equipes que atuam na linha de frente do combate à covid-19
Plano prevê a vacinação de equipes que atuam na linha de frente do combate à covid-19   Foto: Divulgação/Prefeitura de Praia Grande

Nesta última semana os municípios do estado de São Paulo, inclui-se aqui a Baixada Santista, presenciaram uma cena lastimável com idosos se aglomerando em busca de uma esperança na luta contra a Covid-19: a vacina.


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Falta de organização, falta de planejamento ou uma quantidade de vacinas aquém do mínimo necessário para atender a essa faixa etária? Provavelmente todas as alternativas anteriores. Independente de quais foram os motivos o que aconteceu com os idosos foi uma absoluta falta de respeito. É obrigação de todas as prefeituras organizarem uma campanha de imunização eficiente e segura e a maneira como todo esse processo foi conduzido passou muito longe disso.


O grande atraso no cronograma inicial divulgado pelo governo estadual ainda no final do ano passado causou ansiedade e tumulto entre a população que, temendo ficar sem vacina, enfrentou uma verdadeira epopéia em busca da primeira dose do imunizante.


Diante do acordo com o Ministério da Saúde, que disponibilizou as doses da vacina CoronaVac disponíveis no Instituto Butantã pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o cronograma original de vacinação contra a covid-19 anunciado pelo governador de São Paulo, João Doria, para a população do Estado foi por água abaixo. A previsão inicial era quem os idosos com mais de 75 anos passariam a receber as doses a partir de 8 de fevereiro mas por conta da intervenção do Governo Federal estamos em meados do mês de fevereiro ainda sem previsão para o inicio da imunização deste grupo.


A incoerência desta etapa da vacinação foi desde o adiantamento de vacinas para grupos que não justificavam a imunização antes dos idosos, a filas intermináveis com senhores e senhoras expostos por horas ao sol, chuva e a própria contaminação pela Covid. Contudo, apesar desse cenário de confusão nesta última semana atingimos uma marca importante aqui em São Paulo, ultrapassando 1 milhão de pessoas imunizadas contra a Covid-19.


No ranking dos dez municípios com mais de 100.000 habitantes que lideram a vacinação contra a Covid, proporcionalmente divulgado pelo Governo do Estado, a cidade de Santos, aqui na Baixada, aparece em quinto lugar. Nas primeiras posições estão a cidade de São Caetano do Sul, com 8,1% de pessoas vacinadas, seguido por Catanduva (7,2%), Botucatu (7%) e Barretos (6,3%). Na sequência, logo depois de Santos, aparecem São José do Rio Preto (5,7%), Jaú (5,0%), Araçatuba (5,0%), Araraquara (4,9%), e Marília (4,8%), feito importantíssimo para essas dez cidades e para todo o Estado.


A campanha de vacinação alcançou, de 17 de janeiro até a última sexta-feira (12), mais de 1,3 milhão de pessoas, representando 2,8% dos 45 milhões de habitantes do nosso estado, entretanto ainda há uma gigantesca parcela da população aguardando um cronograma e uma resposta sobre quando cada um dos grupos será vacinado.


A vacinação contra a Covid-19 é sem dúvida uma grande conquista, mas ainda temos um longo caminho pela frente para a imunização total da população e a nossa expectativa é que os municípios tenham aprendido com os seus erros par corrigi-los nas próximas etapas.


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