Restrições ao cotidiano e outras atitudes

Um ano melhor depende da contenção do vírus e de suas consequências. Que não haja boicote à fase vermelha na região

Por: Da Redação  -  04/03/21  -  10:42

Não será o fim da covid-19 no Estado, e a medida alcançaria melhor resultado se adotada semanas antes, quando a situação era menos grave. Mas chegou, afinal, a ordem do governador João Doria (PSDB) para que todo o território paulista seja posto na fase vermelha, mais restritiva, do Plano São Paulo. Assim será por, pelo menos, 14 dias a partir deste sábado.


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Está claro que o objetivo, ao se conter a disseminação do vírus, é dar fim à superlotação de hospitais. Há outras doenças e emergências a atender nas redes de saúde pública e privada. E se pode cogitar que as limitações à vida cotidiana durem além das duas semanas inicialmente previstas.


Deve-se considerar a hipótese de controle prolongado de atividades gerais em razão de diversas incógnitas: a velocidade na cobertura da vacinação; a capacidade do Poder Público em fiscalizar e coibir previsíveis abusos cometidos por cidadãos desprovidos de consciência coletiva, em quaisquer estratos sociais; e a má influência do Planalto no comportamento do povo. 


Este terceiro elemento é um desafio perene à lógica e à paciência, além de grandioso, visto que perpetrado dia sim, outro também, pelo presidente Jair Bolsonaro. Ontem foi um novo dia de lamúrias: a imprensa, diz, cria “pânico” na população e, “para a mídia, o vírus sou eu”. Um caso perdido.


Cientes do sofrimento em contar com a União para bons propósitos, governadores e prefeitos se articulam para comprar vacinas por conta própria. Ainda que as negociações corram bem, serão algo para meses. Talvez, para o próximo ano. A concorrência é internacional.


De volta a São Paulo e, mais detidamente, à Baixada Santista, é desejável que não haja boicote de prefeitos à retomada da fase vermelha. Nas festas de fim de ano passadas, cada prefeitura resolveu uma coisa. À medida que uma decidia manter quase tudo aberto por motivos econômicos e turísticos, fazia outras caírem em tentação. E veio o mal, traduzido em estatísticas.


Agora, e não para menos, representantes dos setores de comércio e serviços expõem o temor de perder receita e, por causa disso, demitir. Porém, parte deles já conclui, após um incômodo vaivém de São Paulo, que uma fase vermelha geral por período amplo e definido, aliada à vacinação, poderão ser efetivas.


Tal reconhecimento demonstra que saúde e economia andam juntas. Se há obstáculos temporários ao trabalho, cabe aos governos encontrar soluções para amenizar os efeitos dessa realidade. Foi assim com o Auxílio Emergencial e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, talvez retomados em breve, ainda que sob condições menos benevolentes.


Foi por medidas do gênero que o tombo na geração de riquezas, aferido com a queda de 4,1% no Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, não foi pior. O Estado já anunciou auxílio profissional e de renda para 100 mil desempregados. Um ano melhor depende da contenção do vírus e de suas consequências.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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