Convívio com o vírus

É preciso proteger os mais vulneráveis isso exige manter unidades de saúde e pessoal experiente em covid-19

Por: Redação  -  09/06/22  -  06:12
Atualizado em 09/06/22 - 07:47
Algumas cidades da Baixada Santista retomaram a obrigatoriedade de máscara nas escolas
Algumas cidades da Baixada Santista retomaram a obrigatoriedade de máscara nas escolas   Foto: Unsplash

A volta do uso obrigatório das máscaras nas escolas de Santos, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe (nas demais, há apenas recomendação por parte das prefeituras) reflete o aumento dos registros de casos de covid-19. Como a aglomeração e o convívio muito próximo são características do setor de ensino, a medida preventiva é mais do que acertada. Aliás, infectologistas já alertavam, inclusive em entrevistas a A Tribuna, que a flexibilização progressivamente adotada no País após o pico de infecção em janeiro era precipitada, o que se confirma agora.


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O País não deve seguir o exemplo chinês de covid zero com fechamento total de metrópoles mesmo onde há níveis baixos (sob a concepção do Ocidente) de registro de casos. Como por aqui o risco continua, recomenda-se ao leitor que mantenha os cuidados de praxe contra a doença, como uso de máscara e higienização das mãos, e muita atenção com aglomerações, principalmente em caso de idosos e pacientes imunodeprimidos.


Segundo o banco de dados da Universidade Johns Hopkins, o Brasil registra quase 60 mil casos por dia, ainda abaixo dos 206 mil notificados no pico de 29 de janeiro, quando as infecções pela variante Ômicron começaram a se multiplicar desde as festas da virada do ano. Agora, supõe-se que o feriado de 21 de abril, com o Carnaval fora de época e tantos outros festejos, propiciaram uma onda de transmissão. Os infectologistas alertam que a principal característica da Ômicron é sua rápida infecção, o que amplia a escalada de casos, mas seus sintomas são mais brandos, ao mesmo tempo em que a cobertura vacinal está mais ampla e chegando a quase todas as faixas etárias.


Porém, os registros de mortes voltaram e são quase diários na região, lembrando que, recentemente, eram ocasionais. Um óbito já é motivo suficiente para as autoridades ficarem atentas para as estatísticas e alertarem a população para os cuidados necessários. É preciso proteger os mais vulneráveis e isso exige manter unidades de saúde e profissionais experientes em covid-19 para atender eventuais casos mais graves e subida repentina das transmissões.


Nas últimas semanas, cientistas afirmaram que a tendência é a covid-19 não ser erradicada, sendo combatida com vacinas cada vez mais eficientes (as primeiras, desenvolvidas em tempo recorde, são um sucesso extraordinário da medicina moderna) e medicamentos de real base científica para tratar os sintomas. É possível que haja mudança de comportamento, semelhante ao que aconteceu na Ásia há uma década, com o uso de máscara, antes da covid, comum no transporte público.


O rastreamento de casos recentes de varíola do macaco e da misteriosa hepatite infantil indica um aprendizado com a covid-19 de ficar alerta, pesquisar cada caso e tomar as medidas mais importantes frente a doenças infecciosas. No momento, os governos precisam se manter firmes com campanhas de vacinação, pois persiste o risco de mutação da covid.


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