A magia dos podcasts

Descobri os podcasts há alguns anos, mas fui fisgada pela praticidade e envolvimento que eles provocam somente no ano passado

Por: Cida Coelho  -  07/01/21  -  21:23
Durante a pandemia fui uma fiel consumidora de podcasts
Durante a pandemia fui uma fiel consumidora de podcasts   Foto: Siddharth Bhogra/Unsplash

Quando recebemos uma informação apenas auditivamente, nossos olhos relaxam e permitem que nossos “olhos internos” desenhem livremente aquilo que estamos ouvindo.


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Descobri os podcasts há alguns anos, mas fui fisgada pela praticidade e envolvimento que eles provocam somente no ano passado. É um delicioso companheiro para atividades automáticas como arrumar a cama, lavar a louça, e também para atividades físicas menos intensas.


Durante a pandemia fui uma fiel consumidora de podcasts. Mas, no final de novembro me vi totalmente envolvida numa trama da vida real, contada pela equipe da Radio Novelo, no podcast “Praia dos Ossos”.


Quem tem mais de 40 anos deve se lembrar do caso do assassinato da socialite mineira Ângela Diniz, por seu companheiro Doca Street. Mas a série é tão bem produzida que recomendo muitíssimo, também, pra quem não conhece o caso. A produção é impecável e nos leva a compreender o difícil caminho da luta pelos direitos das mulheres e o início da campanha contra o feminicídio. “Quem ama não mata”. São oito episódios, no total.


Fiquei mais envolvida ainda quando estava no quinto episódio. Isso aconteceu há cerca de 12 dias, quando fui surpreendida com a morte do protagonista Doca Street, que estava com 86 anos. Prossegui até o final e lamentei quando acabou, exatamente com a mesma sensação de quando termino um livro bom.


Mas esse fenômeno de envolvimento com os podcasts não é privilegio meu. Em setembro desse ano, o portal Uol publicou uma extensa reportagem sobre o crescimento do consumo de podcasts em 2020. O consumo de podcasts durante a pandemia mais que dobrou em 2020 e, em 2019, já havia crescido 69%. E é um caminho sem volta.


A sensação de afeto e proximidade que o áudio traz aos nossos ouvidos é inigualável. Está no nosso DNA, é o primeiro sentido que desenvolvemos. Além disso, antes de interpretarmos o que ouvimos, nossa memória e afeto já são ativadas. Paralelamente, receber informação e entretenimento apenas auditivamente, em tempos de uso intensivo das telas, é reconfortante. Nossos olhos relaxam e permitem que nossos olhos internos desenhem livremente aquilo que estamos ouvindo (explico melhor como isso acontece em crianças e adultos no meu canal de podcasts).


Para mim, o podcast não substitui os livros, mas me permite receber conhecimento por uma porta que eu já usei muito, mas estava meio sem uso: a audição. As historias infantis, que hoje chegam às nossas crianças pela tela do celular, chegaram pra mim e para meus filhos antes da alfabetização, por meio de disquinhos e fitas cassetes. O enredo vinha pelas palavras, a emoção pela trilha sonora e todo o cenário era desenhado pela nossa imaginação. Bons tempos...


Ouvir mais e melhor é um aprendizado gigantesco. Permite análise e reflexão.


Que os podcasts tenham vida longa e tragam magia à nossa vida!


E que 2021 nos inspire a ouvir e pronunciar as palavras certas para nossas melhores decisões.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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