Não faz muito tempo que, navegando pela internet, acabei dando de cara com uma notícia assustadora. O texto dizia que, até 2020, a depressão seria a doença mais incapacitante do mundo.
No Brasil, apenas em 2016, mais de 75 mil pessoas foram afastadas do trabalho por conta desse problema que, ano a ano, cresce exponencialmente e atinge mais e mais pessoas sem distinguir sexo, cor ou classe.
Fatores como jornadas exaustivas, imposição de metas abusivas, falta de reconhecimento e autonomia são fatores que desencadeiam o problema no trabalho. Relacionamentos abusivos, desemprego e frustrações, entre outras coisas, são fatores pessoais que contribuem para a doença.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o Brasil é considerado 'campeão' de casos na América Latina, com cerca de 6% da população enfrentando o problema.
Hoje cedo, mais uma vez navegando pela internet, me dei de cara com outra notícia assustadora: um jovem de 24 anos deixou uma mensagem de despedida no Facebook antes de, supostamente, cometer suicídio em Cananeia. Seu corpo foi encontrado no mar.
Identificado como Bruno Pontes, o rapaz utilizou as redes sociais, no 1º dia do ano, para falar sobre a decisão de tirar sua própria vida. O texto, com cerca de 100 linhas, começa isentando a responsabilidade de qualquer pessoa: "Não foi culpa de ninguém. Foi uma escolha exclusivamente minha. Ninguém teve participação nisso".
Durante a reflexão, Bruno deixa claro que deixou de ter interesse pela vida, relembra que sofreu bullying durante a infância, por parte de colegas da escola, o que teve como consequência uma reprovação no Ensino Médio.
Segundo especialistas, a principal e mais efetiva maneira de evitar novos casos como o de Bruno é admitir que a depressão é uma doença. Mais de 2 milhões de brasileiros sofrem desse mal, extremamente comum, mas que precisa de auxílio médico. Se tratada a tempo, por profissionais competentes, a estimativa é que o problema seja controlado em poucos meses.
Sensação persistente de tristeza ou perda de interesse, que levam a alterações no sono, apetite, nível de energia, concentração ou autoestima são alguns dos sintomas desse problema. Nesse caso, o melhor a se fazer é admitir que há algo errado e procurar ajuda.