Uma iniciativa pioneira, envolvendo a comunidade da Zona Noroeste e a Policlínica São Jorge e Caneleira, pode servir não só como apoio emocional, ampliando o contato entre as pessoas, como também contribuir para melhorar a saúde dos participantes. É o projeto Jardins Terapêuticos, voltado à alimentação saudável e ao suporte para a medicina convencional.
“A ideia principal é que as pessoas entendam como usar as plantas da forma correta, aprendam a colher, plantar, manter uma alimentação saudável e que elas possam levar os conhecimentos adquiridos aqui para suas casas e bairros”, explica Maria Aparecida Neves de Jesus Oliveira Santos, chefe de seção da policlínica. Ela diz que, mesmo com a pandemia, os próprios funcionários plantaram e colheram, mantendo a horta em funcionamento. No prazo de alguns meses, ela se transformará no jardim terapêutico e terá seu acesso ampliado.
Maria Aparecida ressalta que a plantação não exclui a medicina tradicional. “Nós falamos sempre sobre o valor e a importância da medicina. A horta servirá como suporte. Além do convencional, as pessoas vão usufruir do natural, que será um complemento”.
Doze canteiros foram criados com o intuito de se produzirem plantas medicinais. Entre elas: boldo, manjericão e hortelã. Desses 12, quatro possibilitarão a interação de crianças e o acesso de pessoas com alguma deficiência ao que foi plantado. “Uma das agentes comunitárias de saúde, que atua no projeto Movimente-se com a Música e a Dança, conhecia um agrônomo, que foi orientando e auxiliando”, comenta Maria Aparecida.
Com o retorno positivo da comunidade, o projeto de jardins terapêuticos será ampliado para outras policlínicas. Atividades como cursos de colheita ainda não se iniciaram, mas também serão colocadas em prática.
Uma funcionária da unidade descreve que a horta, atualmente, conta com verduras e outros alimentos. Ela relata que, todas as manhãs, chega à policlínica, mexe na terra, semeia e rega, com o objetivo de manter a horta em funcionamento. A importância de trabalhar a terra é outra atividade que ela destaca como terapêutica, principalmente a satisfação em comer algo que as pessoas plantaram.
Uma das enfermeiras da policlínica explica que, após a inauguração, que ainda não tem data, os canteiros serão utilizados apenas pelos grupos de idosos que já frequentam o local. Como os alimentos serão comunitários, todos os participantes terão acesso a eles. Depois da abertura, o objetivo será dar mais espaço ao plantio de ervas medicinais, como chás e temperos.
(*) Reportagem feita como parte do projeto Laboratório de Notícias A Tribuna - UniSantos sob supervisão dos professores Eduardo Cavalcanti e Lidiane Diniz e do diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes