Comerciantes do Macuco reclamam de obras da 2ª fase do VLT em Santos

Eles afirmam que serviços são feitos sem aviso prévio e causam problemas para os negócios

Por: Rosana Rife  -  14/10/21  -  10:29
 Moradores pintam asfalto em protesto contra instalação do VLT
Moradores pintam asfalto em protesto contra instalação do VLT   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Comerciantes reclamam de transtornos causados pelo andamento das obras do novo trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), na Rua Campos Mello, no Macuco, em Santos. Eles afirmam que são informados do cronograma quando a execução dos trabalhos realizados pela Construtora Queiroz Galvão já ocorre na porta dos estabelecimentos, o que traz prejuízos.


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Na terça-feira (12), em protesto, trechos do asfalto tiveram pintada no chão a frase VLT aqui não!, para chamar a atenção de Município e Estado.


Dono de uma oficina mecânica há 20 anos, Hélio Alves, de 47, se preocupa com o momento em que a obra começará diante de sua empresa. Ele teme chegar um dia e não ter acesso ao estabelecimento.


“Vou fazer o quê? Fechar e mandar funcionário embora? Porque não vai ter como entrar e sair carro de lá. No momento, não tenho ideia do que farei.”


Presidente da Associação dos Moradores e Comerciantes da Campos Mello e também dono de oficina mecânica, Resende Almeida, de 42 anos, reforça o pedido de atenção.


“Não somos contra a obra, mas a forma como está sendo executada. Fazemos questionamentos e não recebemos resposta. Eles tomam decisões que impactam nossas vidas no dia a dia, mas não perguntam nada para nós.”


Almeida cobra mais fiscalização na obra. E diz que, em alguns pontos, o serviço acaba tendo de ser refeito. “É mais tempo que o morador ou o comerciante fica sem acessar o espaço.”


Arthur Ribeiro, de 21 anos, mora na Campos Mello e decidiu abrir um brechó em casa há pouco mais de um mês. Agora, não sabe como vai garantir lucro com o negócio diante das alterações na via. “Com a obra na porta, os clientes também ficam sem acesso.”


Com obra na porta de sua loja de roupas, Márcia Angela Ogatta, de 67 anos, não conseguiu deixar a vitrine à mostra ontem. Ela conta que a vida dos comerciantes já era difícil por causa das restrições decorrentes do cuidado com a covid-19. “Quem vai parar aqui? Não tem como estacionar. Nem a vitrine consigo manter. Ela é um dos grandes atrativos da loja.”


Para Márcia, que atua no local há 16 anos, o VLT “teria mais utilidade se ele fosse pela (Avenida) Perimetral, pelo cais. Atenderia mais gente”.


A opinião é compartilhada pela comerciante Edvania Santana dos Santos, de 42 anos, que tem uma loja de bolos. E reclama do corte das árvores na via.


A Prefeitura informou que a Secretaria de Governo, com apoio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), acompanha os prazos dos serviços e “mantém o diálogo constante com representantes dos comerciantes e moradores”. Acrescentou que as árvores não estão sendo retiradas pelo Município, mas “haverá replantio”.


A construtora disse que perguntas deveriam ser feitas à Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). A estatal respondeu que as interdições são divulgadas com panfletos e, com antecedência de dois dias, no Diário Oficial de Santos e no site vltsantos.com.br. Citou que prevê vagas de estacionamento, “que beneficiarão os comerciantes da região”. Para comunicação, há os números 3346-8700, 0800-215-011 e o e-mail vltsantos@queirozgalvao.com.br.


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