Bacia do Macuco é alvo de vandalismo em Santos

Moradores também reclamam da falta de drenagem e lixo pelas ruas

Por: Matheus Müller  -  06/05/21  -  06:47
   Moradores dizem que barras de proteção foram arrancadas por quem mergulha no local
Moradores dizem que barras de proteção foram arrancadas por quem mergulha no local   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Bacia do Macuco, em Santos, passou do aspecto de abandono, registrado em julho de 2019 pela Reportagem (leia abaixo), para um local alvo de vandalismo. A comunidade confirma que a Prefeitura fez serviços de revitalização na área, porém, houve depredação. Parte dos guarda-corpos de segurança instalados no entorno do canal, por exemplo, foram arrancados.


“A molecada arranca (o guarda-corpo) para pular no canal. Dá até para ver que estava arrumado, pois está pintado (aponta). Não adianta falar (com os jovens), não perco meu tempo mais”, explica Elza Alencar Ferreira de Souza, funcionária de uma borracharia.


Comerciantes e moradores lamentam os atos e destacam outros problemas, diferentes daqueles de dois anos atrás. Segundo o fotografo Manuel Messias, que reside na região há 34 anos e é uma das lideranças do bairro, as ruas não têm sistema de drenagem eficiente.


“Quando chove enche tudo e invade as residências. Não tem galeria (bueiro) aqui (na Rua Clóvis Galvão de Moura Lacerda). Não dá para sair de casa”. Essa situação de alagamento associada ao acúmulo de lixo na rua, de acordo com Messias, tem causado outro problema: a infestação de mosquitos.


“Peguei Chikungunya (doença transmitida pelo aedes aegypt, mesmo vetor da dengue) e outros vizinhos estão doentes”. O líder comunitário, assim como Elza, diz que a Prefeitura faz a coleta no local, mas tem muitos que vão ao local para fazer grandes descartes e deixam lixo e entulho nas calçadas. “Já pedi por diversas vezes aqueles contentores, mas nada”.


Dono de uma lanchonete, Edvaldo Oliveira Santos, diz que a situação no bairro é razoável teve melhorias, mas ainda há muito a ser feito. Ele também lamenta a depredação causada ao bairro.


O que mudou

Em julho de daquele ano, a Reportagem esteve na Bacia do Macuco, que costuma ser apontada como área com potencial para servir ao lazer, mas enfrenta realidade diferente.


Na ocasião, entre os problemas observados: bancos com ferros expostos, calçada quebrada, tubulação e conduítes à mostra, guarda-corpo em falta ou danificado, rampa e degraus com limo, mato alto e uma bica sem água.


Agora, notou-se que: os bancos, tubulações, conduítes e bica d’água foram removidos, a calçada foi refeita, enquanto a rampa e os degraus foram limpos – embora não estejam no melhor estado de conservação. O mato foi aparado, mas ainda existem alguns trechos em que está alto.


No local, também havia um espaço de terra com muito entulho, mas este foi transformado em uma horta por uma senhora que mora no bairro.


Resposta

Em nota, a Secretaria de Serviços Públicos (Seserp) informa que a Bacia da Macuco recebeu manutenção recente. No entanto, a pasta já realiza estudo para averiguar novas demandas no local, entre elas, o conserto de equipamentos públicos e drenagem em vias.


“O local tem sido alvo de atos de vandalismo, entre eles, a queima dos contentores de lixo. A Seserp estuda uma solução para o problema e destaca que a coleta de resíduos sólidos no local é realizada de segunda a sábado; o Cata-treco faz a coleta aos sábados”. A Prefeitura pede a colaboração da população em colocar o lixo próximo ao horário da coleta.


A orientação, segundo o Município, é que os materiais volumosos, como: eletrodomésticos, madeira, móveis, pneus, estes devem ser colocados nas calçadas desta região aos sábados, quando o cata-treco passa no local. O serviço pode ser agendado pelo portal da Prefeitura.


Denúncias de descartes irregulares devem ser feitas na ouvidoria (162) ou à Guarda Civil Municipal (153). “O descarte irregular prevê multa a partir de R$ 500,00, que pode dobrar em caso de reincidência”.


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