Nas ruas, opositores de Nicolás Maduro pedem apoio para militares venezuelanos

Liderados por Guaidó, grupos oposicionistas defendem entrada de ajuda humanitária no país

Por: France Presse  -  31/01/19  -  19:20
Manifestantes se reuniram em frente a hospital de Caracas, criticando governo de Nicolás Maduro
Manifestantes se reuniram em frente a hospital de Caracas, criticando governo de Nicolás Maduro   Foto: Federico Parra/ FrancePresse

Milhares de opositores venezuelanos, liderados pelo presidente interino autoproclamado Juan Guaidó, foram às ruas nesta quarta-feira (30) para pedir aos militares que permitam a entrada de ajuda humanitária no país, e para não reconhecer o presidente Nicolás Maduro – que, por sua vez, pediu que se mantenham unidos e leais.


“Não atirem contra um povo que também pede por sua família. É uma ordem, soldado da pátria [...] Basta! Pensaram que provocariam medo, mas estamos em 5.000 pontos” do país, disse Guaidó, em uma manifestação na Universidade Central, em Caracas.


Entre jornalistas e seguidores, Guaidó, usando um jaleco médico que lhe deram, caminhou com pacientes e enfermeiros: “Nós nos reencontramos em uma maioria poderosa que pode mudar o país”, declarou.


“Chegou Guaidó e a esperança voltou”, repetiam seus seguidores. “Força Armada, recupera a tua dignidade”, “Maduro usurpador”, diziam cartazes de manifestantes que foram às ruas em vários pontos do país, tocando cornetas, apitos e batendo panelas.


Guaidó, líder do Parlamento de maioria opositora, comentou ter recebido o “pleno apoio” em um telefonema do presidente americano, Donald Trump.


'Unidade monolítica'


Pela manhã, Maduro comandou manobras militares no Forte Tiuna, maior complexo militar em Caracas, onde denunciou que “mercenários desertores” buscam dividir a Força Armada a partir da Colômbia.


“Unidade monolítica! Moral máxima! Chamo a Força Armada [...] a uma grande renovação, uma grande revolução militar da moral”, disse Maduro a cerca de 2.500 soldados.


Embora a cúpula militar a tenha qualificado como um engano, o líder opositor insiste em oferecer anistia aos militares que colaborem com uma transição, buscando romper o apoio de Maduro, a Força Armada. Washington, que não descarta uma ação armada na Venezuela, convocou os militares a apoiarem a transição.


Carlos Vecchio, a quem o governo de Donald Trump reconheceu como representante da Venezuela nos Estados Unidos, disse na quarta-feira, em Washington, que a anistia aprovada pelo Parlamento venezuelano não poderia incluir crimes contra a humanidade.


Vecchio também rechaçou um diálogo com Maduro e pediu à comunidade internacional que não se deixe enganar pelo presidente, afirmando que o único que a oposição vai aceitar é como negociar a sua saída.


Em meio a esta queda de braço, Maduro encabeça vários atos oficiais. "Vocês querem no governo um marionete dos gringos na Venezuela?", perguntou a jovens em um comício. “Nãaaaaaaooo!”, responderam.


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