Amizade, liberdade e dezenas de casais formados. Esse era o cartão de visitas do Passarinho’s Bar, que movimentou o bairro Canto do Forte, em Praia Grande, por mais de duas décadas. O auge do local foi nos anos 1980 e 90, e mesmo após o fechamento, ainda acontecem tributos de homenagem ao bar.
Claudio Campiol acompanhou quase toda a trajetória de sucesso do Passarinho’s Bar, tendo sido um dos sócios do estabelecimento, de 1985 ao fechamento, em meados de 2008. Ele recorda que o local recebia de turistas a jogadores de futebol, além de artistas, e era um ponto de encontro para todos que passavam por Praia Grande.
“Que eu sei, saíram mais de 20 casamentos de pessoas que se conheceram lá, e eles perduram até hoje. Frequentavam de tudo lá. Artistas, jogadores de futebol. Teve paulista que comprou um imóvel na Praia Grande para ir ao Passarinhos com frequência. Era um ponto de encontro da galera. Além do atendimento e dos preços acessíveis. Era um bar aberto, onde o pessoal falava de tudo”, recorda Campiol.
O palco do Passarinho’s Bar trazia bandas de vários estilos, mas em especial reggae e rock pop. Segundo Campiol, o local chegou a ter milhares de clientes frequentando ao mesmo tempo, suficiente para ‘fechar’ a rua e ocupar até duas quadras.
“Apareceram muitos prédios no local. Fazíamos as coisas certinhas, mas tinha a aglomeração [impossível nos dias de hoje por conta da pandemia]. Tínhamos consciência que o barulho começou a atrapalhar os vizinhos”, afirma o ex-sócio, destacando o motivo pelo qual o bar fechou as portas em 2008.
Tributos
Desde 2013 são realizados tributos em homenagem ao Passarinho’s Bar, com os mesmos funcionários e clientes que frequentavam o local no auge. Seis edições já foram realizadas. A sétima aconteceria em 2020, mas os planos ruíram por conta da pandemia de Covid-19.
Campiol afirma que os tributos costumam reunir até 800 pessoas. Apesar da nostalgia e da aceitação do público, ele não pretende reabrir o local, levando-se em consideração as consequências geradas pela pandemia.
“Tento fazer o possível para não morrer. Esse tributo que fazemos é sem fins lucrativos. Rola aquela emoção. O pessoal se encontra, leva filhos. Nostalgia pura, com bandas da época. Quando passar a pandemia, vai ter outro tributo, com certeza”, diz o ex-sócio.
Ao lado de Campiol, Renata Biondo é responsável pelas realizações e divulgações dos tributos. Ela recorda a importância que o Passarinho's Bar teve para Praia Grande nas décadas passadas.
"Ficamos órfãos do bar, porque era onde encontrávamos nossos amigos. Ficamos perdidos quando o bar fechou. Era o local onde todas as 'tribos' se encontravam. Gringo, paulista, carioca, era uma mistura muito legal. Todos ficaram sentidos pra caramba. Foi uma tristeza. A festa surgiu justamente pra confraternizar e juntar esses amigos que ficaram perdidos", destaca Renata.