A Petrobras deu início à etapa de divulgação das oportunidades (teasers) referentes à segunda fase dos processos de venda de ativos em refino e logística associada no País.
Serão vendidas as refinarias Gabriel Passos (Regap, de Betim-MG) e Isaac Sabbá (Reman, de Manaus-AM), o negócio de Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor, de Fortaleza-CE) e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX, de São Mateus do Sul-PR).
Segundo a estatal, a venda do patrimônio, chamado pelo mercado corporativo de plano de desinvestimento, do refino e de derivados buscam a otimização de portfólio (foco no negócio principal, que é a produção de petróleo) e a melhoria de alocação do capital da companhia (pagamento de dívidas).
Unidades oferecidas
A Regap possui capacidade de processamento de 166 mil barris por dia – 7% da capacidade total de refino de petróleo do Brasil. Seus ativos incluem um conjunto de dutos com mais de 720 quilômetros.
Já a Reman possui capacidade de processamento de 46 mil barris por dia e seus ativos incluem um terminal de armazenamento.
A Lubnor possui capacidade de processamento de 8 mil barris por dia, além de ser uma das líderes nacionais em produção de asfalto e a única no País a produzir lubrificantes naftênicos.
Os naftênicos são óleos eficientes em ambientes mais frios por não perderem a fluidez e se tornam ideais para compressores de refrigeração.
A SIX possui capacidade instalada de 6 mil barris por dia e seus ativos incluem uma mina em uma das maiores reservas de xisto betuminoso do mundo, além de uma unidade de processamento.
Cade e dívidas
A estratégia da Petrobras de reduzir sua presença no mercado de refino une o útil ao agradável. Ao mesmo tempo em que a estatal acaba com seu monopólio de fato no segmento como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) exigiu, a empresa pode levantar alguns bilhões de reais para pagar parte de sua dívida gigantesca de US$ 10 bilhões, uma das maiores do mundo.
No caso do Cade, o órgão abriu investigação sobre abuso de dominação no refino pela Petrobras. O resultado foi a assinatura de um acordo com o organismo em junho para abrir esse mercado a outros agentes econômicos.
Ao realizar a venda, a estatal poderá focar seus recursos e esforço operacional na exploração do pré-sal, mais lucrativo.