A aversão ao risco global e as preocupações com o cenário eleitoral local deram o tom nesta segunda-feira (26) no mercado financeiro no Brasil. Depois de chegar a R$ 5,41, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,38 - maior patamar desde 22 de julho -, com alta de 2,53%. O pessimismo também dominou o mercado de ações. O Ibovespa, principal indicador da B3, recuou 2,33%, aos 109,1 mil pontos.
O dia negativo para os ativos brasileiros teve como pano de fundo a expectativa de que os principais bancos centrais terão de endurecer ainda mais a política monetária para combater uma inflação persistente, o que deve levar a economia mundial à recessão.
No cenário local, a poucos dias do primeiro turno, o desfecho eleitoral também tem levado incerteza para o mercado. Os investidores se preocupam com o futuro das contas públicas do País a partir de 2023.
“Se colocar numa balança, o movimento lá fora é o que mais tem impactado o mercado nos últimos dias’, afirma Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.
Na última quarta-feira (21), o Federal Reserve (banco central dos EUA) fez o terceiro aumento consecutivo de 0,75 ponto nos juros e indicou que novas altas virão. “Acreditava-se que os juros iriam para pouco acima de 4%, mas agora há temor de que subam acima de 5%”, diz o economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto.
Na quinta-feira (22), foi a vez de o Banco da Inglaterra subir os juros em 0,5 ponto percentual. “Há uma reprecificação de ativos (revisão dos preços das ações, moedas e mercadorias em bolsa), em cima das preocupações ligadas a essa necessidade de que os juros subam ainda mais”, afirma.