Viver Bem: Veja como desenvolver o equilíbrio emocional em tempos de pandemia

Especialistas mostram como fazer para não ser escravo das próprias emoções e ter dias melhores apesar do confinamento em casa

Por: Nathália de Alcantara  -  30/01/21  -  20:20

Atire a primeira pedra quem não ficou muito irritado ou quis jogar tudo para o alto em tempos de pandemia de coronavírus. Mas, para psicólogos ouvidos por ATribuna.com.br, é possível aproveitar o momento para desenvolver o equilíbrio emocional e não ser escravo das próprias emoções.


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Para a psicóloga clínica e psicopedagoga Janaína Gonçalves Ortiz Hazarian, antes de chegar nesse estágio de ruptura, de se sentir tão impotente diante das coisas e do que estamos vivendo, é importante ter atenção aos sinais.


“Mantenha essa atenão ao seu corpo, às mudanças que vão acontecendo, e valorize isso. Acredite nessa coisinha dentro de você que vai mostrando quando algo faz sentido”.


Para a psicóloga Janaína Hazarian, é fundamental parar e refletir sobre as situações do dia a dia
Para a psicóloga Janaína Hazarian, é fundamental parar e refletir sobre as situações do dia a dia   Foto: Arquivo Pessoal

Ao estar sobrecarregado, desmotivado ou desestimulado, a dica da especialista é parar e refletir sobre o que aquilo tem para dizer e, de fato, procurar ajuda para isso não se estender.


“Esses são sentimentos e situações que já eram pré-existentes à pandemia e foram negligenciados no dia a dia. Observe o quanto está diferente do que considera bom com relação a sono, relações afetivas, alimentação”, recomenda Janaína.


Ela até criou o Instagram #janaina_haz para ajudar as pessoas a lidarem melhor com o momento, dando dicas e tirando dúvidas.


“Tolerância, autoucuidado e autopercepção são fundamentais agora. Quis fazer a minha parte. oferecer uma possibilidade e criar essa proximidade. Para não enfrentarmos algum problema, a gente o mascara com muitas coisas que vamos fazendo. Como se nos mantivéssemos ocupados para não fazer uma pausa e nos percebermos. As pessoas querem se manter distantes de si próprias. É como diz o ditado: ‘o que os olhos não veem o coração não sente”, diz Janaína


Para a psicóloga clínica e psicopedagoga Nathalya Ferraz de França, que também posta no Instagram @nathalyaferraz, é natural que nossas emoções oscilem com frequência nesse momento atual.


“O importante é buscarmos trabalhar nossa autoconsciência, nossa percepção de como estamos reagindo ao que está nos acontecendo, pois isso faz toda a diferença em tempos de adversidades.Temos a tendência de fazer as coisas sem pensar, sempre no ‘piloto automático’, sem foco no momento presente, e acabamos perdendo os benefícios que essas tarefas podem nos proporcionar. Tente prestar atenção no que está fazendo, independentemente do que for. Esse é um exercício que ajuda a diminuir a ansiedade e nos ensina a apreciar o aqui e agora”.


A psicóloga Nathalya defende que é preciso questionar nossos pensamentos
A psicóloga Nathalya defende que é preciso questionar nossos pensamentos   Foto: Arquivo Pessoal

Nathalya diz que nossos pensamentos influenciam em como nos sentimos, e em seguida, tornam-se comportamentos, que muitas vezes podem não ser saudáveis e até mesmo nos causar mais insatisfações.


“Isso só acontece porque não questionamos os nossos pensamentos e acabamos por acatar como uma verdade absoluta. Fazer isso pode gerar reações diferentes e nos ajudar a fazer escolhas mais conscientes e saudáveis”, diz a psicóloga.


Pratique!


O confinamento, o maior tempo ao lado de quem mora com a gente e a despedida de tarefas que sempre fizeram parte da nossa rotina mudaram as pessoas e as relações entre elas nos últimos meses.
Ao lado, Nathalya indica exercícios simples para o seu dia a dia.


“O ideal é estarmos conscientes, atentos a cada passo, cada momento. É a consciência que nos traz para o momento presente, aqui e agora. E, assim, ajuda a rompermos padrão de pensamentos e comportamentos que aumentam a ansiedade”.


Para a doutora em psicologia social Maria Izabel Calil Stamato, esse processo tem trazido muitas consequências dos pontos de vista físico, psicológico, social e econômico.


“Essas situações afetam as relações. Temos de aprender a conviver com as nossas limitações e com os nossos erros para que isso não tome proporções maiores. Isolados, temos mais tempo para pensar e avaliar as coisas. A maioria das pessoas não está acostumada a isso”.


Ela, que também coordena o mestrado de Psicologia, Desenvolvimento e Políticas Públicas da Universidade Católica de Santos (UniSantos), explica que é realmente difícil manter o controle emocional no dia a dia, pois as emoções ficam exacerbadas.


“É preciso mudar o pensamento e focar em coisas positivas no sentido de avaliar cada coisa boa que acontece. Tenha um olhar maior para tudo isso. A oração tem sido um processo de ajuda para algumas pessoas. ficar um pouco quieto, entrar em contato consigo mesmo e com o divino que existe dentro de você".


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