Verão traz mais risco de pedra no rim

Tudo tem a ver com água – ou com a falta dela; hidratação inadequada é a a causa do mal que atinge uma em cada 10 pessoas

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  24/01/21  -  15:15
Se hidratar corretamente é uma das formas de evitar pedras no rim
Se hidratar corretamente é uma das formas de evitar pedras no rim   Foto: Nigel Msipa/Unsplash

O verão traz, além do sol e calor, o alerta para a alta incidência de pedras nos rins, que ocorre cerca de 30% a mais que em outros períodos do ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia. Isso acontece, principalmente, porque há aumento da transpiração sem a hidratação adequada para supri-la.


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Segundo a SBU, há estimativa de que uma em cada 10 pessoas no Brasil sofra de cálculo renal, sendo um problema mais comum entre adultos jovens, dos 20 aos 35 anos, mais frequentemente em homens.


De acordo com a entidade, cerca da metade destas pessoas terá um novo episódio de cálculo ao longo dos 10 anos seguintes e, por essa razão, a prevenção é muito importante e está associada à adoção de hábitos saudáveis, entre eles beber de dois a três litros de água por dia e diminuir o consumo de sal.


>> Confira outras informações sobre pedra no rim


Essas medidas preventivas são para reduzir a recorrência dos quadros de litíase urinária, que pode causar dor intensa (conhecida como cólica renal), hematúria e infecções urinárias, de acordo com o urologista Antônio Lopes.


“Casos de litíase negligenciada ou tratados de forma inadequada, podem evoluir para deterioração dos rins, redução em sua função e até casos de nefrectomias (retirada do rim) decorrentes de obstrução, pela presença da pedra ou decorrente de infecções renais associadas aos cálculos”, explica.


Formações sólidas


Segundo o nefrologista José Aluísio Vieira, fundador da Fundação Pró-Rim, os cálculos renais são popularmente chamados de pedra no rim. Ou seja, são formações sólidas de sais minerais e uma série de outras substâncias, como oxalato de cálcio e ácido úrico. Essas cristalizações podem migrar pelas vias urinárias causando muita dor e complicações.


O médico explica que os cálculos podem atingir os mais variados tamanhos, indo de pequenos grãos, até ocupar toda parte interna do rim (pelvis e cálices). “Eles se formam tanto nos rins quanto na bexiga”, diz.


Mais velhos


Quanto mais idoso o paciente, mais necessidade de examinar se a próstata não está hipertrofiada, pois ela obstrui a bexiga, causa estase urinária, ou seja, urina parada na bexiga, o que facilita o desenvolvimento de cálculos maiores.


“Cálculos vesicais são geralmente assintomáticos e até podem passar despercebidos. Mas os cálculos renais podem provocar dor muito forte que começa nas costas e se irradia para o abdômen em direção à região inguinal e depois se alojar na bexiga”, diz.


Sinais


Deve-se observar se a cor da urina está alterada e se há muita vontade e desconforto ao urinar. Além das evidências clínicas (dor intensa e sinais de sangue na urina), cálculos renais podem ser diagnosticados por raio-x de abdômen, ultrassom, tomografia computadorizada ou pela urografia excretora (um exame mais específico das vias urinárias), conclui Vieira.


Individual


O médico Antônio Lopes alertaque nem todo líquido éindicado para prevenir o cálculo. O ideal é consumir de dois atrês litros de água diariamente, porém, alguns fatores devemser levados em consideraçãopara o ajuste à realidadedo paciente, como constituição física (peso, altura, percentual de gordura corporal) e outras perdas de líquido como respiração ou suor que podem ser decorrentes do clima ou atividades físicas.


Outra dica importante é monitorar a cor da urina. A tonalidadeideal é transparente, incolor,como a água potável. Se a urina progride para uma tonalidade amarelada ou alaranjada, é um sinal de concentração e, geralmente, indica que o volumede líquido ingerido está baixo.


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