Rússia realiza testes de mísseis na Noruega

Treinamentos seriam retaliações a manobras militares que estão sendo realizadas pela Otan

Por: Da AFP  -  30/10/18  -  19:49
  Foto: Divulgação

A Rússia declarou que deseja testar, esta semana, mísseis em frente à Noruega, numa área onde aOrganização do Tratado do Atlântico Norte(Otan) está conduzindo manobras militares, um projeto que reflete a escalada de tensões, segundo especialistas.


Este exercício, o maior já organizado pela Aliança Atlântica desde a Guerra Fria, busca testar a capacidade de para socorrer um de seus membros no caso de ataque por outro Estado.


A iniativa russa de anunciar treinamentos representantes da Aliança e dos Estados-membros da Otan realizarem testes militares. Na ação, foram mobilizados 50 mil soldados mobilizados, 65 navios e 250 aviões de 31 países, a centenas de quilômetros da fronteira entre a Rússia e a Noruega no Ártico, essas manobras indignaram Moscou, que já prometeu replicar.


"Essa atividade militar é uma espécie de defensiva, está claro que essa demonstração de força é de natureza antirrussa", criticou a diplomacia russa.


As Forças Armadas russas anunciaram na semana passada a mobilização de quatro navios no Atlântico Norte para realizar manobras.


"A Rússia tem forças navais significativas nesta área", apontou Stoltenberg nesta terça-feira. "Espero que a Rússia se comporte profissionalmente".


Sem importância, segundo a Otan


Mas o secretário-geral da Otan tentou amenizar a situação. "É claro que vamos observar de perto o que a Rússia está fazendo, mas eles estão operando em águas internacionais e nos notificaram de uma maneira normal", declarou.


De acordo com Avinor, o órgão público que gere os aeroportos da Noruega, a Rússia enviou informações aos aviadores (NOTAM) para notificar os disparos previstos para de 1 a 3 de novembro, no Mar da Noruega.


A área em questão e as datas coincidem com as do exercício Trident Juncture, que acontece de 25 de outubro a 7 de novembro.


Um porta-voz do Avinor, Erik Lodding, afirmou que tais notificações em plena zona de manobras não eram "muito comuns", mas "não há nada dramático".


Entretanto, para o especialista em Rússia pelo Instituto Norueguês de Relações Internacionais (NUPI), Julie Wilhelmsen, a situação é mais tensa do que se imagina. "Está absolutamente claro que o que alguns chamam de 'a nova Guerra Fria' se moveu para o norte de uma forma que poucos antecipavam após a crise na Ucrânia em 2014",


"Quatro anos depois, observamos que as interações entre os Estados nessa área são prisioneiras de uma escalada de tensões entre a Otan e a Rússia", apontou.


"Hoje em dia, e especialmente desde 2014, o Kremlin está envolto pelo que ele chama de 'cerco' à Rússia, ou seja, que a Otan está cada vez mais perto de sua fronteira", explica a especialista.


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