Cláusula de produtividade trava renovação de Pituca no Santos

Empresário do jogador quer aumento anual, conforme percentual de partidas disputadas, mas o Peixe não aceita

Por: Bruno Lima  -  16/12/18  -  19:51
  Foto: Ivan Storti/Santos FC

O futuro do meio-campo Diego Pituca, do Santos, segue sem definição. Na última quarta-feira (12), o presidente José Carlos Peres se reuniu com os empresários do jogador em São Paulo, mas um novo entrave impediu a ampliação do vínculo, que vai até 2021. Assim, Adalberto Almeida, um dos representantes do volante, deu as tratativas por encerradas.

Até a última quarta, Peres e os agentes de Pituca não se entendiam quanto ao aumento salarial do jogador, dono de um dos honorários mais baixos do elenco. Contudo, essa questão foi resolvida, assim como o tempo de contrato, que seria de mais quatro anos com o pagamento de luvas.

O que inviabilizou o acerto foi a inclusão de uma cláusula no contrato de produtividade, relacionando eventuais reajustes salariais ao desempenho do atleta.

“O que pegou desta vez foi a meritocracia. O presidente não quer pagar meritocracia ao Pituca. Eu propus que se ele jogasse até 25% dos jogos do Santos na temporada, ele não receberia aumento salarial no final do ano. Se jogasse de 25% a 50% das partidas, ganharia X. Acima disso, passaria a receber Y. E isso ia valer para os quatro anos. Ou seja, um aumento em janeiro de 2020, outro em 2021 e, por fim, mais um em 2022. Como o presidente não quis, não tem mais negociação”, explicou Adalberto Almeida à A Tribuna On-line.

Diante disso, existem três possibilidades para o jogador: permanecer no Santos com o mesmo salário: o presidente aceitar o pedido dos agentes; ou deixar a Vila Belmiro mediante o pagamento da multa rescisória (R$ 8 milhões) por algum um outro clube.

Segundo Adalberto, dois times já demonstraram interesse em Pituca e, inclusive, apresentaram propostas mais vantajosas.“Nenhum dos clubes quer pagar a multa plena. A partir daí, teríamos negociações. O Peres pode aceitar ou não. Os times interessados podem pagar uma parte do valor e oferecer jogadores. Aliás, um desses clubes já procurou o Santos, mas o presidente não quis atender. O que vai acontecer agora é que o papel com a proposta vai chegar na minha mão ou vão mandar direto para o Santos”, completou Adalberto.

Perder o jogador mediante o pagamento da multa rescisória, entretanto, não é uma preocupação do mandatário alvinegro. No mês passado, Peres revelou que acreditava na lealdade dos demais dirigentes do futebol brasileiro. “Ninguém vai fazer isso sem conversar com a gente”.

"Não é por dinheiro"

O empresário ainda faz questão de afirmar que a questão financeira não é o principal problema das tratativas. Segundo ele, o que mais atrapalha as negociações é a suposta falta de respeito de José Carlos Peres com o jogador e seu estafe.

“Não é por dinheiro. É pela intransigência e falta de respeito do presidente com o Pituca e a gente. Quando iniciamos as conversas, em junho, ele não estava jogando e o presidente não quis renovar. Agora, com o Diego valorizado, o Peres quer sentar para conversar. Então, são as minhas condições. Do mesmo jeito que ele (presidente) fala que com imposição não vai ter acerto, eu digo o mesmo para ele”, finalizou Adalberto.


Logo A Tribuna
Newsletter