Fenômeno do paratletismo comemora quebra de sete recordes em uma só temporada

Elizabeth Gomes é portadora de Esclerose Lateral Amiotrófica e conseguiu, no esporte, uma forma de recomeçar a vida

Por: Diego Palma & Caíque Stiva &  -  21/12/18  -  09:41
Paratleta está com vaga garantida para os jogos Pan-Americanos e quer ir a Tóquio em 2020
Paratleta está com vaga garantida para os jogos Pan-Americanos e quer ir a Tóquio em 2020   Foto: Prefeitura de Santos/Divulgação

Elizabeth Gomes, 53 anos, paratleta da equipe Fast Wheels/Fupes, pode ser considerada um fenômeno do esporte. Ela conseguiu quebrar sete recordes mundiais na temporada. Essa conquista se torna algo muito mais marcante porque ela é portadora de esclerose múltipla.


“Foi um ano em que Deus me abençoou e fizesse com que eu acreditasse que tudo seria possível. Superei os meus próprios recordes no arremesso de peso, de disco e no lançamento de dardo; sou a primeira do ranking mundial do atletismo, estou classificada para os jogos Parapan-Amercianos de Lima (Peru) e, se Deus quiser, vou estar em Tóquio 2020”, comentou.


Mesmo tendo acabado a temporada há pouco tempo, Beth já está focada no ano que vem e nas competições que ele vai trazer. “Não tive férias (risos). Meus planos para 2019 já começaram. Será um ano muito corrido e de muito treino. Tem competições que vem antes do Parapan, que vai acontecer em julho e em novembro tem o Mundial em Abu Dabi (Emirados Árabes)”, analisou.


Beth durante prova de lançamento de peso
Beth durante prova de lançamento de peso   Foto: Prefeitura de Santos/Divulgação

Questionada sobre qual o balanço ela faz do ano, Beth se baseia em uma palavra: superação.


“(O ano de) 2018 foi de muita superação. Ano passado passei por um surto e tive uma lesão no lado em que uso para fazer os arremessos. Com muito treino, eu consegui supera-la e me reinventar.”, relembrou Beth.


Durante a entrevista para A Tribuna On Line, a paratleta fez questão de contar como adquiriu a doença e o papel que o esporte teve em seu recomeço na vida.


“Eu não era deficiente. Fui diagnosticada com esclerose em 1993. Fiquei dentro de casa, sem motivação nenhuma de viver. Em 1996 conheci o basquete sobre rodas e achei no esporte a minha razão para recomeçar a viver”, completou.


A esclerose múltipla é uma doença degenerativa que enfraquece os músculos e afeta as funções físicas. Ela não tem cura, apenas tratamento.


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