Santista participa de reality internacional sobre jovens com Síndrome de Down

Programa formatado pela BBC contará com 18 participantes e será gravado em Florianópolis

Por: Sheila Almeida  -  09/11/18  -  11:15
  Foto: Arquivo pessoal

Imagine um programa gravado em formato de reality show com 18 pessoas com deficiência intelectual. Dessa gravação surgirá o documentário do qual participou o santista Samuel Sestaro, de 28 anos. Ele é o único representante do Estado na 1ª Imersão de Jovens com Deficiência Intelectual da América Latina. Tudo ocorreu em Florianópolis, no projeto Expedição 21.


O nome é em alusão à Síndrome de Down, distúrbio genético causado quando há uma divisão anormal no cromossomo número 21. A experiência do programa ocorreu em uma casa sem a presença dos pais dos jovens com Down, para despertar a liderança e a autoestima dos participantes, com oficinas e métodos embasados em três pilares: empoderamento, estrutura para a pessoa despertar habilidades e entendimento de regras sociais.


Os produtores a todo momento acompanharam as cenas e apenas responderam ao que era solicitado, com perguntas, para que cada um tomasse decisões – das compras à realização de tarefas como cozinhar e limpar.


Vilma Sestaro, de 64 anos, mãe do Samuel, conta que deixou o filho na casa e lotou a agenda para esquecer um pouco a preocupação. A participação dela era justamente contribuir para a independência do garoto.


“Eles são preparados para a vida, criados para isso. Se a gente não der um voto de confiança, não criam autonomia. O foco é fazer a sociedade em geral e principalmente as outras mães de jovens com deficiência intelectual entenderem que eles só aprendem fazendo”, diz ela, “Porque a tendência de qualquer filho é se acomodar, não só os que têm deficiência. Longe dos pais e com seus pares que são estranhos, eles vão querer mostrar que são capazes”, conta.


Alex Duarte, diretor de cinema e criador do projeto Cromossomo 21, ainda não tem uma expectativa de data de lançamento da série que terminou as gravações ontem. Mas as informações estarão disponíveis no site cromossomo21.com.br.


O santista


Sestaro, modelo profissional e mestre de cerimônias, é um autodefensor, ou seja, participa de eventos em que fala de deficiência intelectual. Ele tem Síndrome de Down e este ano já esteve na Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, onde representou o Brasil e a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, em 21 de março. Na mesma viagem, esteve em Asti, Itália, conhecendo o projeto Albergo Ético, pioneiro hotelaria a pessoas com deficiência intelectual.


Também em 2018 ele passou por Glasgow, na Escócia, no Congresso Mundial de Síndrome de Down, onde falou sobre sua experiência de vida, em inglês. Para a palestra, estudou o idioma por um ano e continua estudando para, em 2019, cursar Inglês nos Estados Unidos.


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