Inclusão híbrida em sala de aula da rede municipal de Santos gera protestos: 'Cortina de fumaça'

Pais e autoridades divergem sobre o que será melhor para os 1.108 alunos que precisam desse atendimento

Por: Nathália de Alcantara  -  08/01/21  -  09:26
Pais e professores fizeram manifestação em frente à Prefeitura na tarde desta quinta (7)
Pais e professores fizeram manifestação em frente à Prefeitura na tarde desta quinta (7)

A partir deste ano, a mediação de inclusão em sala de aula será híbrida na rede municipal de ensino de Santos. O detalhe é que o assunto tem polêmica desde seu anúncio e, até agora, pais, Secretaria de Educação e Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos não se entendem sobre o que será melhor para os 1.108 alunos que precisam desse atendimento.


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Segundo a Prefeitura, a medida atende pedidos das famílias de alunos com deficiência e/ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) e da comunidade escolar.


Segundo a secretária de Educação de Santos, Cristina Barletta, o aluno continuará tendo o mesmo atendimento. “O que muda é o profissional que exerce essa função”, resume ela. “Acredito que exista uma desinformação muito grande. Não chegou aos pais essa realidade”.


Ela explica ainda que haverá coordenador e supervisor técnico, ambos com curso superior em Psicololgia, Terapia Ocupacional ou Pedagogia com pós-graduação em Psicopedagogia. Terá ainda um técnico de enfermagem com registro técnico no órgão competente.


“O atendimento será feito por uma equipe multiprofissional para maior assistência aos alunos”, diz a secretária.


O trabalho continuará sendo exercido por professores da rede, e agora também pelo Profissional de Apoio Escolar Inclusivo (Paei), que será selecionado via Organizações da Sociedade Civil (OSCs).


Segundo a Prefeitura, edital de chamamento para OSCs interessadas em apresentar propostas para mediação será publicado no Diário Oficial nos próximos dias.


Manifestação


Na tarde desta quinta (7), o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos, Flávio Saraiva, esteve em uma manifestação na frente da Prefeitura com pais e professores.


“Não aceitamos essa conversa para boi dormir que só quer enganar a comunidade e terceirizar a educação. Queremos uma reunião para discutir tudo isso, que pode até parecer bacana, mas que não passa de uma cortina de fumaça”.


Uma mãe que prefere não se identificar com medo de represália diz que está preocupada com o que espera seu filho este ano.


“Nós queremos o melhor e essa transferência de responsabilidade me preocupa muito. É como se estivessem empurrando para outro a função de cuidar e educar nossas crianças porque elas dão muito trabalho. Era algo que deveria ter sido conversado com os pais e não foi”, desabafa.


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