O Hospital dos Estivadores, em Santos, passará a ser referência em cirurgia vascular na Baixada Santista até o final do ano. Isso quer dizer que ele receberá a demanda de todos os pacientes da região nessa especialidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Hoje, a unidade referência na área é o Hospital Santo Amaro (HSA), em Guarujá. Porém, a direção do HSA pediu oficialmente descredenciamento ao Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista (DRS-4), que faz a gestão das verbas encaminhadas pelo Governo Federal. A decisão foi motivada pelo repasse financeiro, considerado irrisório e que não cobre o custo do serviço.
Desde 2006, o HSA recebe, segunda a direção do hospital, R$ 9,7 mil por mês do Ministério da Saúde para as cirurgias vasculares. A média de gasto por paciente é de R$ 9,9 mil. Ou seja, um paciente por mês já dá prejuízo para a instituição. A Santa Casa de Santos dispensou proposta para oferecer o serviço justamente por isso.
“Apesar do nosso pedido de descredenciamento, ainda não houve por parte do DRS-4 nenhuma decisão no sentido de nos isentar dessa responsabilidade. Seguimos buscando uma solução para esse problema que aflige a população da Baixada. Ou somos remunerados adequadamente ou seguiremos com o nosso pedido”, diz o diretor-presidente do HSA, Urbano Bahamonde Manso, que não descarta entrar na Justiça para fazer valer a decisão.
Etapas
A diretora do DRS-4, Paula Covas Borges Calipo, pondera que não pode descredenciar o Santo Amaro antes que o Estivadores esteja atendendo. Além do suporte à população, ela explica que se não houver serviço habilitado a região perde a verba federal, ainda que seja pequena.
“O Estivadores tem um suporte de verba estadual, mas ainda assim não será suficiente para atender a demanda regional. O DRS está em busca de mais um local para essa especialidade”, diz Paula.
O secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, afirma que, no último acordo com o Governo Estadual para repasse de verbas de ampliação do atendimento no Estivadores, ficou estabelecido que a unidade passaria a fazer cirurgias vasculares.
Segundo ele, a unidade se tornando referência receberá R$ 44 mil mensais também do Ministério da Saúde. “Acreditamos na realização de 34 cirurgias de média complexidade por mês, a maioria vascular. Vamos começar em agosto com o dinheiro estadual e em três meses devemos estar habilitados também em nível federal”.