Advogado de Santos vive momentos de terror em abordagem policial: 'Foi humilhante'

Roberto Mohamed, de 55 anos, diz que ficou mais de uma hora ouvindo gritos e sendo tratado como criminoso

Por: Nathália de Alcantara  -  02/02/21  -  09:30
O advogado Roberto Mohamed, de 55 anos, viveu momentos de terror ao ser abordado
O advogado Roberto Mohamed, de 55 anos, viveu momentos de terror ao ser abordado   Foto: Reprodução/Facebook

O advogado Roberto Mohamed, de 55 anos, viveu momentos de terror ao ser abordado por policiais militares, às 22h da última quarta-feira (27), ao descer do seu carro no Canal 4, em Santos. “Eles me seguraram por mais de uma hora. O que eu passei foi humilhante demais”, desabafa.


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Ele, que estava com a namorada na padaria de um amigo, saiu para levá-la em casa. Ao retornar para o local, que fica a cerca de 200 metros de sua casa, ele conta ter sido abordado pela PM ao descer de seu carro.


“Eu entreguei todos os documentos, me revistaram, revistaram o carro e, mesmo assim, eles gritaram comigo o tempo todo, com uma arma em punho. Foi tudo filmado, mas eu não divulgo por ser humilhante demais”, conta o advogado, que ainda não entendeu o que aconteceu.


Segundo Roberto, ele foi provocado o tempo todo para ter uma reação mais agressiva. “A minha sorte foi ter chegado outra viatura com um sargento. Foi quando acabou a minha agonia”.


A justificativa da polícia, relembra o advogado, foi que ele passou no sinal vermelho do Canal 4 para a praia. “Eu olhei pelo retrovisor e achei que havia uma ambulância. Parei meu carro no estacionamento, desci para voltar à padaria quando, de repente, aconteceu tudo isso. Já começaram a gritar ‘mãos na cabeça’”.


Humilhação


Roberto conta que ficou encostado no muro, com as pernas abertas, e tratado como um criminoso.
“A presença do meu amigo foi fundamental, porque ele não se sentiu intimidado. Depois, o sócio dele também chegou e a polícia não tinha mais o que fazer a não ser me liberar”.


Agora, Roberto diz que pedirá um acionamento administrativo e fará uma representação criminal junto ao Ministério Público até o final da semana.


“Eu nunca imaginei na minha vida que passaria por isso. Já fui parado outras vezes e sempre agiram com a maior educação. Eu, aliás, sempre defendi o trabalho da polícia”.


No dia seguinte a abordagem, Roberto lembra que chegou a perceber o coração acelerado ao ver uma viatura. “Antes, eu me sentia seguro. Hoje, vejo minha confiança nessa institução totalmente abalada”.


Resposta


A Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de nota, que policiais militares de uma base comunitária móvel viram um veículo avançando o sinal vermelho, na noite de 27 de janeiro, na Av. Bartolomeu de Gusmão, em Santos, e iniciaram o acompanhamento.


“O condutor avançou outros dois semáforos vermelhos, até ser abordado na Av. Siqueira Campos. O motorista saiu do veículo dizendo que era advogado e não seria abordado. Após verbalização, com base no Art. 244 do Código de Processo Penal, a equipe conseguiu realizar busca pessoal e veicular. Os dados do condutor foram pesquisados e o veículo foi vistoriado, em seguida ele foi liberado, após elaboração de auto de infração de trânsito por avançar sinal vermelho”, diz a nota.


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