Superação, espiritualidade e desejo por vida nova: o nascimento do 'Diabão' de Praia Grande

Conhecido por realizar mudanças radicais no corpo, Michel Praddo quer ser um dos homens mais modificados no mundo

Por: Daniel Gois  -  12/07/21  -  07:51
Atualizado em 12/07/21 - 14:19
    O antes e o depois de Michel Praddo, o 'Diabão' de Praia Grande
O antes e o depois de Michel Praddo, o 'Diabão' de Praia Grande   Foto: Reprodução/Instagram

Vontade de ser uma nova pessoa. Não só na personalidade, mas também externamente. O desejo por um recomeço motivou o tatuador Michel Praddo, de Praia Grande, a realizar modificações radicais em todo o corpo. Há cerca de dois anos, ele assumiu a identidade do 'Diabão'. Ele, que um dia esteve internado em uma clínica de reabilitação, agora sonha em entrar para o Guinness Book, o livro dos recordes.


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Antes das modificações, Michel viveu um período o qual quer deixar para trás. Ex-dependente químico, ele conta que chegou a morar nas ruas por sete anos. A salvação veio em meados de 2010, quando o morador de Praia Grande conseguiu uma internação por seis meses e, finalmente, vencer a dependência química.


"Ali eu vi que era Deus, que era minha última chance. Já tinha tentado de várias maneiras. A luta é muito difícil e maldita. Quando me internei, não queria só deixar de ser dependente. Queria deixar de ser aquela pessoa que eu era. Comemoro a cada ano pela recuperação. Eu sofri muito por conta do vício, e aprendi muito também. Quis ser uma outra pessoa". conta, em entrevista para ATribuna.com.br.


Meses após deixar a clínica, Michel conheceu a aplicadora de piercings Carol Praddo, que viria a se tornar sua esposa. Hoje, eles são o 'Diabão' e a 'Mulher Demônia', respectivamente, e somam mais de 100 mil seguidores nas redes sociais.


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Anualmente, o 'Diabão' comemora duas datas especiais: seu aniversário, em 10 de maio, e a data que marcou o início de sua internação (10 de março). As mudanças no corpo se intensificaram há cinco anos.


"A modificação não foi só externa, com tatuagens e silicone. Paralelamente, já venho fazendo uma modificação interna, há muito tempo. Tenho orgulho de mim como um todo, não só da minha parte externa. É uma honra de ter trabalhado e me tornado quem eu sou. Graças a Deus, consegui atingir o que queria ser", comemora.


    'Diabão' quer entrar para o Guinness Book como o homem mais modificado do mundo
'Diabão' quer entrar para o Guinness Book como o homem mais modificado do mundo   Foto: Reprodução/Instagram

A evolução do 'Diabão'


Entre as 66 modificações que Michel Praddo já realizou no corpo, estão 17 implantes de silicone, 30 cortes superficiais na pele e remoções do nariz, orelha, mamilo, dedo anelar e umbigo.


Na última quinta (8), o 'Diabão' de Praia Grande realizou uma cirurgia para corrigir uma abdominoplastia que havia sido feita no início do ano. Ele deixou o hospital neste sábado (10).


As mudanças não param por aí. Michel Praddo tem a pretensão de entrar para o Guinness Book, o Livro dos Recordes, como o homem mais modificado do mundo. Atualmente, ele possui tatuagens em 85% do corpo. A próxima modificação do 'Diabão' é transformar o braço esquerdo em uma garra, o que já teve início com a remoção do dedo anelar.


"Tenho um projeto de uma garra, que estou transformando na minha mão. Removi o anelar pensando em um projeto maior. Vou encurtar o meio da mão. Tem alguns implantes que vou colocar no dedo, para se assimilar a uma garra. Vou colocar peças novas na testa e no maxilar. Até o fim de 2022, quero chegar nos 95% do corpo tatuado", afirma.


Espiritualidade


Cristão, o morador de Praia Grande relata como o lado espiritual foi importante durante o período em que ficou internado.


"Sempre acreditei e acredito em Deus. Já li e reli a bíblia algumas vezes. Quando era jovem, tinha o desejo de ser pastor. Acredito nas pessoas que creem, de bom coração. As vezes as pessoas me veem falar de Deus, e acham que estou falando pra buscar seguidores", relata.


    Michel Praddo, o 'Diabão', ao lado de Carol Praddo, a 'Mulher Demônia'
Michel Praddo, o 'Diabão', ao lado de Carol Praddo, a 'Mulher Demônia'   Foto: Reprodução/Instagram

Preconceito


Apesar do enorme carinho que recebe nas redes sociais, Michel não esconde que também encara críticas pela aparência. Ele afirma que, com o passar do tempo, passou a ter uma postura diferente.


"Eu aprendi a ignorar. Saiu uma postagem, falando sobre determinada coisa, tem hora que eu nem leio, porque passo nervoso. Antigamente eu entrava em mais pilha, ficava debatendo. Hoje eu mando até beijo. Quando vejo que é algo muito pesado e ofensivo, simplesmente bloqueio ou excluo o comentário. O que não permito é desrespeito, ainda mais se envolver minha família", alerta.


A luta de Michel segue. Não mais para se livrar da dependência química. Mas sim, para deixar sua marca na sociedade, como alguém que conseguiu deixar o vício para trás. E acima de tudo, ajudar a quem precisa.


"Minha luta veio muito antes da internação. Ela foi o último suspiro. Não tinha ninguém para ter um exemplo, e no fim das contas, acabo sendo para algumas pessoas. Estou aqui para ajudar. Sei a dor da pessoa que sofre, que quer mudar a vida, mas uma substância impede isso", finaliza o 'Diabão'.


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