A chegada de um ano é sempre rodeada de expectativa e representa para muitos um momento de mudança profissional, sobretudo em meio à pandemia da Covid-19 e à crise econômica que ela gerou. Pesquisa do Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) revela que 63% dos empresários estão otimistas para 2021 e querem investir. E os microempreendedores individuais, os MEIs, serão fundamentais nesse processo.
De acordo com o consultor de negócios do Sebrae, César Ossamu, o principal fator para o otimismo notado no levantamento é que os empresários entenderam a importância de divulgar suas marcas e melhorar os processos para se destacar e dar impulso a seus negócios — seja por estratégia ou necessidade.
Além disso, a vacina contra a covid-19 também aparece como elemento de confiança. Segundo Ossamu, diante desse otimismo, o mercado volta a se movimentar com contratações e novos empreendimentos, o que é positivo para a economia regional.
Apesar de não ter números suficientes para realizar projeções, ele acredita no surgimento de novos negócios, principalmente por conta dos MEIs — tanto pelo desemprego na iniciativa privada quanto pela regularização de informais que existiam ou se estabeleceram em 2020.
“Uma das características do empreendedorismo brasileiro é a oportunidade, e não a necessidade. A gente sabe que essas pessoas vão enxergar muitas oportunidades por aí”, diz o consultor.
Pesquisa
Realizada com 6.138 donos de pequenos negócios brasileiros, a pesquisa mostrou que 13% dos entrevistados informaram que vão aplicar recursos em divulgação e outros 13% apostarão na modernização de produtos e processos. Em seguida, 9% focarão na ampliação de atendimento ou capacidade produtiva e 9% decidiram priorizar o aumento do mix de produtos e serviços.
Ossamu observa que o Sebrae sempre orientou as pessoas que estabelecessem essas medidas — antes mesmo de a pandemia dar as caras — para o pleno desenvolvimento das empresas. Entretanto, só com a necessidade é que a percepção da importância de investir nesses setores ganhou relevância.
A expectativa é que esse movimento não fique restrito ao período de pandemia, mas perdure. O consultor explica que, em momentos de crise e nas dificuldades, um fenômeno natural ocorre, e os problemas já existentes ficam latentes.
De fato, todos são afetados, mesmo os que têm um melhor planejamento, realizam mais investimentos e têm fundo de reserva. No entanto, o impacto para esses tende a ser menor, dependendo do segmento de atuação, e a retomada acontece de modo veloz.
Precaução
Ainda de acordo com o levantamento do Sebrae, um em cada quatro empresários (27%) afirma não ter condições de fazer investimentos neste ano e 10% preferem guardar dinheiro para uma emergência.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, entende que “a pandemia trouxe o senso da necessidade da precaução para a rotina dos empresários”. “É uma postura que passa a fazer parte do dia a dia dessas empresas. Acreditamos que essa foi uma lição que veio para ficar”.
MEI
Hoje, um MEI paga entre R$ 53,25 e R$ 58,25 por mês. Desse total, R$ 52,25 correspondem ao recolhimento para o INSS. O restante é para ICMS e ISS.
Os interessados em saber mais sobre o processo de abertura de uma empresa podem acessar o site do Sebrae e outros canais de atendimento do órgão (veja infográfico). No site, o público tem acesso a cursos gratuitos e conteúdos a respeito de como começar uma empresa.