Comerciantes da Baixada Santista se preocupam com portas fechadas e desemprego: 'É uma tragédia'

Comércio, bares, restaurantes e hotéis temem os próximos 15 dias de restrições impostas pelo Governo do Estado: 'É a politização da Covid-19'

Por: Nathália de Alcantara  -  04/03/21  -  10:58
  Foto: Alexsander Ferraz

Enquanto o cerco aperta com relação as medidas de enfrentamento ao coronavírus, representantes de diversos setores da Baixada Santista colocam as mãos na cabeça preocupados com o possível fechamento de diversas atividades.


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O presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista, Omar Abdul Assaf, a situação é “uma tragédia”.


“É a politização da covid-19. A gente estava quase na fase verde e, de repente, acontece isso. É como chegar no hospital com o braço quebrado, a perna quebrada, e ficar internado com o corpo inteiro enfaixado”, desabafa.


Para ele, “já passamos da UTI, pois o comércio está fragilizado, endividado e esse novo momento só vem para piorar ainda mais toda a situação”, explica Omar. 


O presidente do sindicato acredita que muitos irão fechar as portas desta vez. “A gente ainda tinha esperança e agora tudo mudou. Estamos todos sendo penalizados por conta da outras regiões. Vejo muitas portas se fechando”.


Quem concorda com ele é o presidente da CDL Santos-Praia, Nicolau Obeidi. “Essa pancada já vinha vindo, a gente já esperava e estávamos pensando em uma nova fase até coisa pior, com mais restrições”.


Para ele, a situação atual é como um pai que põe a criança de castigo. “Sabe a cadeira do pensamento? O governo é duro e a população obedece. Mas, quando começa a flexibilizar, as pessoas avacalham. Faltam educação e consciência”, diz Nicolau.


O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) Santos-Praia diz que entende que a ideia é fazer a circulação de pessoas diminuir, mas ressalta que isso não acontecerá. “O governo não sabe mais o que fazer e quem paga o preço é o lojista, o comerciante. Deveriam conscientizar e reeducar as pessoas”. 


Preocupação


O presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares da Baixada Santista (SinHoRes), Heitor Gonzalez, também pede que exista uma real fiscalização para evitar festas clandestinas, além de esperar que as frotas de onibus não sejam reduzidas e o horário de funcionamento dos bancos continue normalmente.


“É claro que não podemos ser contra, pois estamos observando o avanço na contaminação. Mas só assim colheremos frutos positivos após fecharmos as portas mais uma vez, Senão, será mais um sacrifício que não surtirá efeito e colocará em risco o emprego e o sustento de muitos moradores da região”.


Mesmo assim, Heitor também não está nada feliz com o anúncio de mais restrições. “Mais uma vez, a conta sobrou para nós, que estamos trabalhando diariamente para cumprir os protocolos e lutar contra esse mal do momento. Esses 15 dias que estão por vir serão desafiadores para o comércio do nosso segmento, já que o setor já amarga há alguns meses um prejuízo incanculável.” 


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