A segunda-feira (8) - primeiro dia útil após o início da fase vermelha no Estado - ainda levou bastante gente para as ruas da Baixada Santista. Na região central de São Vicente, por exemplo, o movimento nem de longe se parecia com dias normais, mesmo assim havia mais pessoas do que o esperado para o momento. Na porta de algumas grandes redes, havia fila para pagamento de carnês. E nem todos mantinham distanciamento.
Ana Freire, 56 anos, aproveitou que tinha médico e saiu em busca de um tablet para o neto. Desempregada há 10 meses, ela conta que foi pega de surpresa. "Achei que a fase vermelha era só para o final de semana. Não sabia que seriam duas semanas".
Alternativa
Já outros comerciantes foram buscar nas redes sociais um alento para não ficar com o caixa vazio. A gerente de loja Letícia Raquel de Freitas, 35 anos, conta que a estratégia é fotograr roupas e tentar a venda via WhatsApp. Parte das portas do estabelecimento, na Praça Barão do Rio Branco, ficou aberta apenas para destacar a vitrine, tentando chamar a atenção de quem passava. "Se houver interesse, vendemos pelo Whatsapp e entregamos na porta, como um delivery. Vamos fazer essa tentativa hoje".
A alternativa também está sendo utilizada por uma lojas de tênis, no Centro. O vendedor Matheus Souza, 27 anos, caprichava na limpeza da vitrine. De portas fechadas para o público, ela será mais do que nunca a estrela da vez para não perder clientela. "É a primeira vez que estamos tentado vendas pelo Whatsapp. Já tiramos fotos dos produtos e deixamos a vitrine para chamar a atenção. Vamos ver como será. Não podemos perder clientes".
No Gonzaga, em Santos, lojas fechadas e placas de comercialização por delivery na maior parte delas era a cena mais comum de se ver. Apenas uma arriscava manter vendedor para atendimento na porta do estabelecimento. Mas poucas pessoas circulavam pela manhã no local.
O aposentado Germano Marcelino, 77 anos, era uma delas. Ele conta que só sai de casa para situações que considera emergenciais e anda com duas máscaras.
"Preciso pagar umas contas e vim em busca de lotérica aberta. Ainda não achei".
No Centro de Santos, poucas lojas estavam com as portas meio abertas, mas restringindo acesso ao público. O ZAP, no entanto, virou opção de muitos estabelecimentos para sobreviver a essas duas semanas de restrições impostas pelo Governo do Estado.
É o que estava fazendo a comerciante Andrea Souza Nogueira, 49 anos. Ela deu férias para dois empregados e pensa fazer o mesmo com uma terceira colaboradora, se as vendas forem baixas. "Daí fico somente com uma funcionária me ajudando no serviço pela internet, porque não tenho muito o que fazer diante dessa situação. É assim que vou tentar sobreviver".