Ensino Médio fica além da meta nas cidades da Baixada Santista

Na região, desempenho esperado em 2021 para estudantes de nível Médio foi alcançado em 2019, de acordo com o Ideb

Por: Tatiane Calixto  -  16/09/20  -  13:05
Conhecido como EaD, sistema poderá ser utilizado para até 80% do conteúdo, segundo horário e público
Conhecido como EaD, sistema poderá ser utilizado para até 80% do conteúdo, segundo horário e público   Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

As cidades da Baixada Santista não só melhoraram o desempenho dos estudantes do Ensino Médio como atingiram metas da Educação para 2021. É o que revelam os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), referentes a 2019 e divulgados nesta terça (15) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Apesar disso, especialistas alertam: o avanço precisa ser consistente.


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Ideb é o principal indicador da qualidade da Educação Básica no País. Informado a cada dois anos, se baseia no desempenho dos alunos em Matemática e Português no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Também se consideram as taxas de aprovação e evasão escolar. O Brasil, cada município e as escolas têm metas próprias por rede de ensino.


No Ensino Médio, a rede pública detém a maioria das matrículas em escolas estaduais. Na Baixada, somente Cubatão tem alunos do Ensino Médio na rede federal, mas que não teve nota divulgada pelo Inep.


Lá, o Ideb saltou de 3,7 para 4,4, em 2019. A meta para o ano passado (4) ficou para trás, e o Município ultrapassou a projeção para 2021: 4,2. Isso se repetiu em todos as cidades da região, como Santos, onde o Ideb (4,8) também ultrapassou a meta de 2021 (4,4).


No Estado, o melhor desempenho foi notado no Ensino Médio, que cresceu de 3,8, em 2017, para 4,3 em 2019. Foi o maior crescimento, na história, das escolas estaduais neste ciclo de ensino. Porém, não se atingiu a meta estadual (4,9).
“O Ensino Médio é, tradicionalmente, uma etapa muito desafiadora. Para além da questão da qualidade da educação, no Médio temos dificuldades nos índices de evasão. Há tempos estamos trabalhando para reter esses alunos”, avalia o subsecretário de Articulação da Secretaria de Educação de São Paulo, Henrique Pimentel Filho.


As principais mudanças aprovadas para o Ensino Médio não foram aplicadas efetivamente a tempo de provocar essa evolução no Ideb. Mas, segundo Pimentel, algumas ações ligadas aos principais programas – Inova São Paulo e reformulação no currículo dessa etapa – podem ter ajudado.


A principal foi o novo esquema de recuperação do conteúdo. Além disso, programas como o de Ensino Integral (PEI) fazem diferença, diz. As melhores notas do Ideb são de escolas que contam com o projeto. Apesar disso, ele reconhece que nem todos os alunos têm condições de frequentar uma escola PEI, principalmente aqueles que dividem o dia a dia com o trabalho.
“No PEI, o tempo integral na escola é importante. Mas não só isso. Assim, nosso objetivo no Inova Educação é levar pontos importantes do PEI que podem ser replicados em escolas de tempo regular.


Avanço no nível Fundamental perde fôlego


Todas as cidades da região também evoluíram, nas redes municipal e estadual, nos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano). Mas só a rede estadual de Cubatão, com Ideb de 5,5, atingiu a meta (5,4).


Nos anos iniciais (do 1º ao 5º anos), o desempenho é melhor – o que se vê em nível nacional. Porém, o ritmo de melhora vem caindo, o que também acontece na Baixada.


Na rede municipal, com a maioria das matrículas desta etapa, seis cidades bateram a meta de 2019, mas só três cresceram em relação ao Ideb de 2017: Bertioga (6,5), Guarujá (6,1) e Praia Grande (6,6). Cubatão (6,0), Itanhaém (6,3) e Mongaguá (6,0) caíram, apesar de terem alcançado o índice esperado. As demais não atingiram a meta, com queda em Santos e São Vicente.


Atenção ao desempenho


Para o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira, a surpresa deste Ideb foram os dados do Ensino Médio, pois não houve, segundo ele, medidas efetivas para a melhora.


Para Oliveira, mais do que olhar para o índice de metas, deve-se analisar o desempenho dos alunos. No caso da Baixada, há etapas com média inferior à do Estado. No nível Médio, por exemplo, a maior média em Matemática é em Santos: 283,4. Na escala de proficiência do Saeb, significa nível 3, numa escala até 10.


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