Aumento no número de afogamentos na Baixada Santista preocupa

Só entre setembro e o último fim de semana, 38 pessoas morreram nas praias da região

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  05/11/19  -  15:13
  Foto: Carlos Nogueira/AT

Só entre setembro e o último fim de semana, 38 pessoas morreram vítimas de afogamento na Baixada Santista. No sábado e no domingo, nove ocorrências foram registradas: seis mortes e três vítimas desaparecidas. O Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar) alerta que são necessários cuidados ao entrar no mar.


Analisando desde janeiro, as mortes subiram 36,6% este ano em comparação com o mesmo período de 2018, com 82 vítimas fatais até ontem, diante de 60 no ano passado.


Em 2018 os bombeiros fizeram 1.361 salvamentos. Este ano foram 1.633 – uma alta de 20%. Ou seja, há mais vítimas salvas e, apesar disso, as mortes não pararam de subir.


O problema é que tem mais gente na água e o mesmo comportamento inadequado, como explica o major Ricardo Antoniazzi Pelliccioni, coordenador operacional do GBMar.


“Esse foi um ano com mais sol no fim de semana, feriado caindo na quinta-feira, a economia do País fazendo as pessoas ficarem pelas praias daqui, são vários motivos. A Tribuna mostrou no último final de semana as praias como num Réveillon”, explica ele, lembrando que este ano o calor chegou mais cedo.


Hoje as cidades da região têm 283 guarda-vidas do corpo de bombeiros nas praias. No Natal haverá reforço de mais 36 homens e o Governo Estadual contratará mais 388 que começam dia 1º de dezembro e vão até março. A prova deles é hoje. As prefeituras – que também costumam auxiliar no reforço – terão mais 215 contratados, totalizando 922 na região.


Perguntado se não seria o caso de a Baixada Santista ter seus guarda-vidas contratados mais cedo, o major explica que não é possível, ao menos até que se mudem algumas leis.


“Tem lei estadual que determina que a contratação de temporários só se repita a cada 200 dias. Se eu contratar mais cedo, tenho o fim o verão sem salva-vidas. Nos municípios é parecido. Cada um com um período diferente”, aponta. 


Por enquanto, o que é possível fazer para se proteger é respeitar o mar e as orientações. Pois, cada praia tem sua característica.


Dicas


“Não existe praia mais perigosa. Existe comportamento mais perigoso. Os horários piores são os que a maré está baixando, que é quando a corrente de retorno é mais forte. Mas, esses horários mudam todo dia”, explica o major.


Mesmo assim, tem maré que quando enche, é complicada, afirma Pelliccioni. “Em Praia Grande, por exemplo, tem praias com valas. Quando a maré está baixa a pessoa está num lugar que dá pé. De repente, não consegue mais voltar em segurança para o raso”, conta. “Não dá para decorar. Tem que respeitar. O apito do guarda-vidas indica que é preciso sair do fundo”, lembra.


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