Com terrenos cada vez mais escassos e disputados, aliados a um cenário atual que busca economia, sustentabilidade e aproveitamento de espaços, uma técnica de construção que pode ganhar notoriedade em Santos é o retrofit, que prevê a modernização de edificações antigas.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Glaucus Farinello, há motivos para otimismo. “Existem seis projetos de retrofit em andamento na Cidade, em três estágios diferentes: obra, análise ou aprovação de projetos. Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), por meio do Alegra Centro e Invest Centro, atende semanalmente diversos profissionais e proprietários de imóveis interessados. Acreditamos em uma curva exponencial”, afirma.
Presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), Mateus Teixeira também analisa o retrofit em Santos com bons olhos. “Por nossa cidade ocupar uma ilha, temos pouca área para expansão. O retrofit deve crescer muito, em especial nos bairros do Centro, onde, notadamente, está havendo uma requalificação de toda a área, abrindo a possibilidade dos prédios antigos, até então ocupados predominantemente por escritórios, agora poderem ser transformados em residências e serviços diversos”, analisa Teixeira.
Habitação
Para Glaucus Farinello, o retrofit no Centro de Santos seria, inclusive, uma forma de atender a demanda habitacional. “Muitos imóveis, que antigamente eram salas comerciais, já não contam com a mesma demanda de antes, devido a vários fatores como crise econômica, e-commerce, novos espaços na Cidade etc. Atualmente as cidades se comportam de forma diferente de décadas atrás, ou seja, hoje a maioria dos bairros é de uso misto, não mais atendem a um determinado segmentado. O Centro de Santos precisa desse equilíbrio para se tornar um bairro dinâmico e sustentável, com vida 24 horas por dia”, explica o secretário.
Desafios
Com o retrofit, é possível aliar os pontos positivos dos imóveis antigos com as vantagens das instalações modernas. Para ter avanço, no entanto, alguns obstáculos ainda precisam ser vencidos.
“O principal desafio ainda é adequar projetos modernos, que contemplem todo o conforto e tecnologia que a vida moderna exige, em edificações antigas, construídas sem, por exemplo, as preocupações de segurança e acessibilidade exigidas nas legislações atuais”, diz o presidente da Assecob.