Por competitividade, dragagem no Porto de Santos é prioridade para mercado

Estudo referente ao assunto está em fase de conclusão dentro da Autoridade Portuária

Por: Bárbara Farias e Ted Sartori  -  27/09/23  -  17:25
Atualizado em 27/09/23 - 23:51
Dragagem é importante componente em favor da competitividade, defende mercado portuário
Dragagem é importante componente em favor da competitividade, defende mercado portuário   Foto: Bárbara Farias

O mercado não vê a hora da dragagem de aprofundamento ser retomada no Porto de Santos. O desejo foi revelado durante o primeiro painel do 2º Encontro Porto & Mar, promovido pelo Grupo Tribuna na tarde desta quarta-feira (27), em Brasília. O tema foi “Novo PAC - Retomada de investimentos e Redução de Custos. O que pensa o mercado?”


"A dragagem de aprofundamento está contida no PAC com recursos públicos. Temos que realizar. Chega de discutir modelo. Há plena condição de ser feito isso no prazo do PAC, que é até 2026. E faria para os 17 metros. Não faz sentido duas obras: uma para 16 e outra para 17 metros", sentencia o diretor executivo da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres (Abratec), Caio Morel.


Morel analisa que, com isso, a competitividade de Santos vai ser muito maior, pois haverá diminuição do custo Brasil. "Santos é refém da maré. Todos os dias navios com 14 metros de calado tem que esperar para sair. Isso é Custo Brasil na veia. Quando os armadores verem que podem sair a hora que quiserem, fará grande diferença para planejamento, locação de frota e diminuição do Custo Brasil", explica.


Diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da Autoridade Portuária de Santos (APS), Eduardo Lustosa afirma que está sendo concluído um estudo referente à dragagem no Porto de Santos. "Há um esforço muito grande para atender essa questão até por conta das judicializações. Estamos há praticamente dois anos sem dragar e temos muita lama fluida. Choveu muito na Serra e entope-se todo o canal. Estamos chegando no final do estudo para caminhar para 16, 17 metros. Está no Plano de Metas e vai nascer".


Secretário executivo do Ministério de Portos e Aeroportos, Roberto Gusmão acredita que não haverá êxito se o Poder Público fazer diretamente a dragagem. "O modelo usado em Paranaguá e em Itajaí pode ser o primeiro passo para que saia do tradicional e fazer a dragagem direto, junto à Autoridade Portuária. É o que estamos apostando para Santos: um modelo de concessão a longo prazo atrairia players acostumados a fazer e para que não haja problema das dragas", explica.


O diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Angelino Caputo, defende um contrato de dragagem mais longo. “Até pouco tempo atrás o contrato de dragagem era limitado a cinco anos. Mas, a mobilização da draga e a duração do contrato aumentam o custo (do serviço) porque não pode ser maior. Precisa ser revista essa modelagem. Os serviços do dia a dia no porto podem ser geridos pelo setor privado”.


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