Desestatização do Porto de Santos é janela de oportunidade, diz ministro

Investidores nacionais e internacionais têm interesse em assumir a gestão do Porto de Santos. O projeto de desestatização em andamento e cujo leilão está previsto para acontecer até o final deste ano, é alvo de interessados na Europa, Estados Unidos e Oriente Médio. A informação foi revelada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, no 1º Encontro Porto & Mar 2022, realizado nesta sexta-feira (18), no auditório do Grupo Tribuna, em Santos.

Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!

“Temos grandes fundos de investimentos (interessados). Fundos de pensão, fundos soberanos, operadores de infraestrutura. Gente com muito experiência no setor portuário que hoje está debruçada no Porto de Santos”, disse o ministro.

Segundo ele, o modelo em formatação, que prevê a operação da iniciativa privada na administração portuária por até 35 anos, garante a segurança jurídica e a regulação adequada pelo poder público. O resultado, diz o ministro, será o aumento de eficiência, mais liberdade para que investimentos sejam feitos e velocidade em processos de adensamento.

“Tem gente muito grande, muito importante interessada. Temos uma tremenda janela de oportunidade para investimentos, para fazer a diferença. Não podemos perdê-la. O vento está soprando favorável à nossa direção. Estamos falando em transformação, em pegar esse porto e transformá-lo no maior porto do Hemisfério Sul, de trazer para cá uma carga de investimentos muito grande e fazer a diferença na região”.

Aparar arestas
Freitas ressalta que o momento é de “aparar as arestas”. Segundo ele, mesmo após o final do período de contribuições ao processo, que já foi prorrogado e termina na próxima quarta-feira, será possível continuar o diálogo e fazer modificações, desde que elas não desconfigurem a proposta que já passou por audiências públicas.

“É natural que, em um porto dessa relevância, com quase 70 operadores portuários, muita gente esteja insegura. A gente precisa construir essa segurança, mostrando quais os remédios regulatórios que estamos tendo para garantir segurança jurídica aos operadores que já estão”.

Impactos
O ministro lembra que os valores pagos como outorga pela empresa que assumir a Autoridade Portuária serão revertidos em investimentos para a Baixada Santista, principalmente em mobilidade. Freitas cita um novo viaduto na Alemoa, o túnel ligando as zonas Leste (Marapé) e Noroeste de Santos, e o túnel submerso entre Santos e Guarujá.

“No final das contas, estamos falando de um investimento de R$ 19 bilhões no Porto, aprofundamento do canal (do estuário, para passagem de navios maiores), que gera um aumento de capacidade. Estamos falando de sair de 160 milhões de toneladas movimentadas por ano para 290 milhões no final do período de concessão. Significa que o Porto de Santos vai fazer parte de mais rotas, vai ser mais escalado e, portanto, criará mais oportunidades”.

Sua saída do Ministério da Infraestrutura para ser candidato ao Governo do Estado, segundo ele, não será prejudicial e a sua equipe continuará o processo. “Estamos falando da revitalização de uma área que ficou degradada e que tem interface com a Cidade, da recuperação de armazéns abandonados e de novos cais para navios de cruzeiros. Quando somamos todos os benefícios, veremos que a região vai ter um impulso depois de muito tempo adormecida”.

Visita ao Grupo Tribuna
Antes da participação no 1 Encontro Porto & Mar 2022,o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, esteve na diretoria do Grupo Tribuna. Foi recebido pelo diretor-presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini, que detalhou ao ministro a história do Grupo Tribuna e destacou a importância de A Tribuna, que fará 128 anos no próximo dia 26, e da TV Tribuna, que completou 30 anos em 1o de fevereiro.

Também participaram do encontro a diretora de Marketing de A Tribuna, Renata Santini Cypriano, o diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes, e o diretor Comercial, Demetrio Amono.