Será o fim da Liga da Justiça?

A equipe formada por supertécnicos buscou investimentos privados para a melhoria da infraestrutura do setor portuário

Por: Maxwell Rodrigues  -  05/01/22  -  09:34
  Foto: Arquivo/AT

A Liga da Justiça é uma fictícia equipe de super-heróis originada nas histórias em quadrinhos e formada por sete personagens, popularmente conhecidos como os Sete Magníficos. Cito este exemplo para dizer que, no setor portuário brasileiro, foi formada uma verdadeira liga de técnicos. Com profundo conhecimento do setor, eles estão ao longo desse tempo provocando uma enorme transformação nas operações, nas concessões e também no dia a dia dos portos nacionais.


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Essa liga portuária é capitaneada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, conhecido como o superministro do Governo Bolsonaro. Também fazem parte o secretário nacional de Portos, Diogo Piloni; o secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio; o diretor do Departamento de Novas e Outorgas e Políticas Regulatórias Portuárias, Fábio Lavor Teixeira; a diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Flavia Takafashi; o diretor-geral da mesma agência, Eduardo Nery; o diretor de Negócios e Regulação da Santos Port Authority (SPA), Bruno Stupello; e o presidente da SPA, Fernando Biral.


A equipe formada por estes supertécnicos buscou investimentos privados para a melhoria da infraestrutura e a profissionalização do setor portuário. Daqui a algumas décadas, sentiremos o legado de todo esse processo.


Os portos brasileiros vêm batendo recorde atrás de recorde em suas operações. Era muito claro que isso ocorreria a partir do momento em que fossem destravadas algumas condições que eram grandes gargalos para o País, considerado o celeiro do mundo. Em 2021, por exemplo, houve o leilão de 13 novos terminais portuários em nove portos organizados, totalizando 33 terminais leiloados desde o início de 2019. Que marca!


Mas será que o martelo terá sossego em 2022 e acompanharemos o fim da Liga da Justiça técnica do setor portuário? Com a possível saída do ministro Tarcísio do cargo em abril - devido a composições políticas necessárias para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro -, pode chegar ao fim um dos melhores grupos de trabalho criados até hoje dentro do nosso setor. Particularmente, dou como certo que o ministro sairá do posto dentro de alguns meses e fico apreensivo com as futuras nomeações.


Caso isso ocorra e venhamos a seguir modelos já conhecidos, poderemos ter um retrocesso gigantesco ao setor. Seria excessivo acreditar que eles foram super-heróis por transformar tantas coisas em um universo onde muitos não querem que mudanças ocorram, seja pelo monopólio ou interesses setoriais? Certamente que não e enfrentar tudo isso não é um processo de apenas alguns anos.


Acomodar a todos e a tudo é uma tarefa muito difícil, mas para que se tenha credibilidade é importante fazer e não dizer que vai fazer! Essa liga portuária fez e faz bastante pelo setor.


Se perdermos o capitão dessa liga, o que é legitimo em um processo político, que ao menos possamos continuar contando com aqueles que estão trabalhando e acreditando que é possível mudar o rumo que estávamos navegando. Isso tem nome: processo de continuidade. Afinal, mudanças atrás de mudanças não nos levam a lugar algum. Muito pelo contrário, fazem a gente retornar ao ponto inicial, para que nunca possamos atingir a excelência necessária.


De todo modo, desejo boa sorte ao ministro Tarcísio e agradeço pelo trabalho desenvolvido, admirável pelo que acompanhamos até então!


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