Domando tigres e enfeitiçando gatos

O comportamento de tigre dentro do processo de desestatização mostra o perigo existente

Por: Maxwell Rodrigues  -  30/03/22  -  06:23
Atualizado em 30/03/22 - 06:52
 Tarcísio Gomes de Freitas comanda o Ministério da Infraestrutura desde 2019
Tarcísio Gomes de Freitas comanda o Ministério da Infraestrutura desde 2019   Foto: Matheus Tagé/AT e Pixabay

O processo de desestatização do Porto de Santos vem gerando uma série de debates dentro do setor portuário. Discussões fervorosas, muitas vezes dirigidas por “alguns” atores que se comportam como verdadeiros tigres.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Conhecidos por serem animais imponentes e muito perigosos, os tigres são hábeis caçadores, com fortes garras e correndo risco de extinção. O comportamento de tigre dentro do processo de desestatização mostra o perigo existente e o Governo Federal deve ter total atenção para que tudo caminhe dentro da normalidade e nos prazos esperados.


Com um processo que afetará de maneira profunda o maior porto do Hemisfério Sul, já era esperado que os hábeis interlocutores do contra iriam colocar suas garras de fora. Apesar dos tigres e da velha política estarem correndo risco de extinção, todos ainda convivem dentro deste cenário e prudência sempre é importante.


Eis que entra em cena o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, com a missão de “domar” todos os felinos que de alguma maneira tentam estrangular o processo de desestatização do porto santista. Ele estudou muito a espécie e sabe que tigres são animais que caçam presas em emboscadas, pois são estratégicos.


O fato é que o ministro, durante sua gestão na Infraestrutura, conseguiu ultrapassar todas as armadilhas com total habilidade e deu andamento de forma inédita à mudança no modelo de gestão do Porto de Santos. Conseguiu ainda avançar com celeridade no Tribunal de Contas da União (TCU), Congresso Nacional, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e outros órgãos.


Mas o ministro não se deu por contente em somente aprender a conviver com os tigres: fez questão de transformá-los em gatos domesticados. Dizem que os gatos vêm dos tigres, embora não saibamos se é verdade ou não. O que temos ciência é que ambos possuem semelhanças surpreendentes. Nenhum gosta de compartilhar o que é deles, sempre deixam a mensagem de “isso é meu”. Com seu comportamento, tende a fazer o que quer e se aproxima somente quando há interesse.


Em diversas oportunidades, Tarcísio disse nunca ter imaginado que “iria viver para ver a iniciativa privada pedindo ao Governo ir devagar”, uma frase marcante da celeridade de sua gestão.


Um país que carece de infraestrutura tem pressa para crescer e ele tenta fazer isso acontecer. Com um posicionamento firme, preparo e posições estruturadas, convence e retruca argumentos fora de contexto, fazendo com que tigres raivosos fiquem enfeitiçados com tamanho conhecimento e se transformem em gatos domesticados na presença de uma liderança que chamou para si, com garras e dentes, o destino do maior porto da América Latina.


Num passado não muito distante, o setor fazia coro por mudanças e elas vieram. Segundo o ministro, “no Brasil todos querem mudanças, desde que não afetem os seus negócios. Mudança é mudança e afeta a todos. Temos de achar o melhor modelo e o que é possível para todos”.


A maior parte do mundo concorda que os gatos são relutantes em cooperar, seja entre si ou em grupo. Já outras espécies têm espírito de equipe. Qualquer semelhança é mera coincidência com as práticas do passado na política brasileira. Eis que chegou o momento de cooperar e entender definitivamente que a velha retórica política sucumbe em um mundo moderno, ágil e com mudanças cotidianas que afetam a estratégia e a produtividade.


O medo da transformação nos leva a ter coragem para que, dessa forma, possamos buscar a autoconfiança de realizar. Chegou a hora da mudança no setor portuário?


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter