Diálogos da Maturidade: Alexandre Kalache fala sobre longevidade

Primeiro ciclo teve mediação das jornalistas Arminda Augusto e Ivani Cardoso e contou com a participação do médico

Por: Redação  -  01/07/21  -  15:28
Atualizado em 01/07/21 - 16:41
 Próximo encontro será dia 7 de julho, com o tema Mercado de Trabalho para os 50+
Próximo encontro será dia 7 de julho, com o tema Mercado de Trabalho para os 50+   Foto: Matheus Tagé/AT

“Eu gosto de ser chamado de velho, porque sou uma pessoa que envelheceu, e não acho que seja uma palavra pejorativa, não. Tenho orgulho de poder ter envelhecido, porque envelhecer é bom”. A frase é do médico Alexandre Kalache, especialista em envelhecimento, que abriu ontem o primeiro encontro virtual do ciclo Diálogos da Maturidade, uma iniciativa do Grupo Tribuna com foco nas questões relacionadas ao envelhecimento saudável. A mediação foi das jornalistas Arminda Augusto, do Grupo Tribuna, e Ivani Cardoso, do Instituto para o Desenvolvimento Educacional, Artístico e Cultural (Ideac).


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Alexandre Kalache é presidente do Centro Internacional de Longevidade-Brasil e esteve à frente dos programs de envelhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) por 13 anos. Tem inúmeros artigos em livros e revistas especializadas e faz palestras sobre o tema em vários países.


Aos 75 anos, Kalache diz que é possível “planejar” o envelhecimento saudável que, segundo ele, deve começar aos 20 ou 30 anos. “Quanto mais cedo, melhor. É como se preparar para uma corrida, ou uma maratona. Você sabe que vai chegar, mas não sabe o que vai acontecer nesse percurso”.


Segundo ele, quatro pilares são essenciais para chegar à velhice de forma feliz e saudável. Cuidar da saúde, manter-se atualizado e interessado em conhecimentos gerais, ser participativo na sociedade e ter algum lugar seguro para ser acolhido, caso não consiga se manter, são imprescindíveis para um envelhecer sadio.


Sobre o quarto item, em especial, ele diz que os governos precisam ter políticas públicas que acolham os velhos, deem segurança e condições de sobrevivência. “O horror da velhice é sentir-se desamparado. Precisamos exigir essas políticas dos governos. E não só os velhos têm essa tarefa, mas toda a sociedade, porque um dia todos vão envelhecer”, argumenta.


Bibliotecas vivas


Alexandre Kalache pondera que a sociedade precisa olhar para os mais velhos como “depósitos vivos de conhecimento”, um conhecimento que pode e deve ser usado pelas gerações mais novas na construção de uma sociedade mais justa e igual.


“Nesse período da pandemia, quantas bibliotecas foram incendiadas?”, compara, referindo-se aos milhares de idosos que morreram de covid-19. “Temos experiência de vida pra contar e quando acaba qualquer crise, não importa qual, somos nós que podemos agasalhar essa sociedade traumatizada, somos nós que vamos mostrar a luz no final do túnel. É difícil fazer isso aos 30, 35 anos. Somos bibliotecas vivas orgânicas e precisamos exigir esse espaço de fala”.


Diálogos


A entrevista completa do médico Alexandre Kalache está disponível no Facebook do Grupo Tribuna.


O próximo encontro da série Diálogos da Maturidade será dia 7 de julho, com o tema Mercado de Trabalho para os 50+. A transmissão será feita pelo site ATribuna.com.br.


Veja abaixo a transmissão da estreia de Diálogos da Maturidade na íntegra



Logo A Tribuna
Newsletter