Transporte público aposta na eficiência para atrair passageiros na Baixada Santista

Pandemia causou diminuição drástica no número de passageiros

Por: Redação  -  05/12/21  -  14:54
Segundo o presidente da CET, número de passageiros caiu de 3 milhões em 2019 para 1,7 mi em 2021
Segundo o presidente da CET, número de passageiros caiu de 3 milhões em 2019 para 1,7 mi em 2021   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Um dos gargalos da mobilidade urbana na Baixada Santista está na relação dos usuários com o transporte público de passageiros. Fatores como preço, qualidade do serviço, pontualidade e até mesmo segurança levaram muitas pessoas para aplicativos de transporte, as próprias bicicletas ou mesmo se deslocar a pé. A encruzilhada entre qualidade, eficiência e relevância é o desafio imposto a estes modais.


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"Nosso desafio é fazer que aquilo que está na lei de mobilidade, que é bastante avançada, seja tirado do papel e transformado em políticas públicas. Medidas que, de alguma maneira, restrinjam a circulação de automóveis na cidade, reduzindo velocidade e melhorar, de forma muito efetiva, o transporte público", afirma Marcos de Souza, editor do portal Mobilize Brasil.


Para ele, isso significa encontrar formas de custeio extra tarifárias. "Todo ano comparamos a renda média das cidades com as tarifas. E notamos o seguinte: o transporte público rouba boa parte da renda média das pessoas. No Brasil, chega até a 18%, quase 1/5 do salário apenas para ir e voltar. A verdade é que temos vários desafios", pontua.


Presidente da CET-Santos, Antônio Carlos Silva Gonçalves enumera algumas qualidades capazes de fazer o usuário optar pelo transporte público, mesmo em meio a um cenário de queda - segundo ele, antes da pandemia, eram transportados nos ônibus municipais 3 milhões de passageiros/mês. Até o começo deste ano, essa média baixou para 1 milhão/mês, e, atualmente, encontra-se em 1,7 milhão. O "vilão" foi a chegada dos aplicativos de transporte.


"Quando você fala em transporte público, o que leva o cidadão a definir se vai ou não utilizá-lo é a pontualidade do sistema - daí a necessidade de termos corredores de ônibus (em Santos são cerca de 25 km); a segurança e o conforto. Com isso, você consegue atrair os passageiros para estes veículos. Só que, a partir de 2014, a chegada dos aplicativos, que vieram disputar os passageiros com o transporte público, desequilibrou totalmente o sistema", pondera.


Gonçalves afirma que o decréscimo de passageiros contribuiu para o aumento da tarifa, atualmente em R$4,65, com custeio de R$0,80 feito pelo município.


"Se essa tarifa fosse transferida na plenitude para os usuários, a fuga seria ainda maior. A conta da tarifa pública é o que se gasta no sistema ao longo de um ano, e o número de passageiros que utiliza esse sistema ao longo de um ano. Para se ter uma ideia, o gasto no último ano também diminuiu. Mesmo assim, não foi suficiente para que não houvesse um realinhamento de tarifa", argumenta. "Fizemos um estudo e chegamos à conclusão de que 55% dos usuários não dispõe do CT pago pelo empregador, ele alimenta esse cartão. Se essa tarifa fosse transferida na plenitude para os usuários, a fuga seria ainda maior".


EMTU


A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), que gerencia na Baixada Santista 58 linhas de ônibus intermunicipais que atendem passageiros de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, Cubatão, São Vicente, Santos, Guarujá e Bertioga, também sentiu o decréscimo no número de passageiros de antes da pandemia, em comparação com os dias atuais. Operadas pela BR Mobilidade, as linhas atenderam 6 milhões de passageiros em outubro de 2019, 3,7 milhões em outubro de 2020 e 4,2 milhões em outubro de 2021.


Por outro lado, a empresa também levou à região o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), com 15 estações e 11,5 km de extensão no trecho Barreiros-Porto. Já o segundo trecho ‘Conselheiro Nébias – Valongo’, em obras, terá 14 estações e 8km de extensão.


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