Santos terá Faixa Viva em toda a orla da praia neste verão

Dispositivo visa harmonia entre motoristas e pedestres e deve iniciar em janeiro de 2022

Por: Anderson Firmino  -  30/11/21  -  07:22
Atualizado em 30/11/21 - 12:23
“O grande desafio é a educação, a mudança de hábito”, afirma o presidente da CET
“O grande desafio é a educação, a mudança de hábito”, afirma o presidente da CET   Foto: Rogério Soares/AT

O sistema Faixa Viva, iniciativa que há dez anos tenta pacificar o convívio entre pedestres e motoristas em alguns cruzamentos de Santos, deve ser instituído em toda a orla durante a temporada de verão. O anúncio foi feito pelo presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Antônio Carlos Silva Gonçalves, durante live do projeto A Região em Pauta, do Grupo Tribuna, realizada nesta segunda-feira (29). Segundo ele, a medida deve ter início em 8 de janeiro.


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“Temos 18 travessias não semaforizadas na orla. Elas vão ter monitoramento de operadores de trânsito aos sábados e domingos. O objetivo é que a gente tenha a orla consolidada a esse respeito. Independentemente do gesto pedindo a passagem para a travessia, que o motorista e o pedestre tenham o bom senso da convivência”, projeta Gonçalves.


Ele participou do debate sobre Mobilidade Urbana, mediado pela editora da AT Revista, Fernanda Lopes, que contou ainda com o diretor técnico da Agência Metropolitana da Baixada Santista, Márcio Aurélio Quedinho; o editor do portal Mobilize Brasil, Marcos de Souza; e a superintendente de Trânsito da Prefeitura de Fortaleza (CE), Juliana Coelho.


De acordo com o presidente da CET, deverá haver uma campanha de educação sobre o Faixa Viva na orla, mas a aposta também recai na fiscalização.


“O grande desafio é a educação, a mudança de hábito. Mas é uma cosia que a gente vai conseguir sair, ao final dessa campanha, no início de março, com uma conscientização totalmente diferenciada. A gente precisa ter uma tranquilidade na travessia. Existem municípios que já atingiram isso”, complementa.


Ciclovias
Gonçalves revelou, ainda, que há planos para duas novas ciclovias em Santos. Uma seria na Rua Silva Jardim, no Macuco. “Na Rua Campos Melo, vai passar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos, em sua segunda fase). Por causa disso, a Silva Jardim, que é um binário no sentido oposto, traria, da região do Mercado (Municipal) para a (Avenida) Afonso Pena, um (volume de) trânsito bastante respeitável, que precisa desse tipo de equipamento para garantir a segurança do ciclista”, conta.


A outra seria na Avenida Senador Feijó, a partir do Centro. “Através do túnel (Rubens Ferreira Martins), você chega à região central. Mas ali próximo da Itororó, da Senador Feijó, não temos ciclovia. Então, está sendo pensada uma ciclovia na Senador Feijó chegando até a Campos Salles, e distribuir (o tráfego) para a (Avenida) Ana Costa e para a Silva Jardim”, afirma.


Duas rodas
O modal de transporte ideal para cidades planas, como Santos, e que podem circular pelos demais municípios da Baixada Santista, a bicicleta merece especial atenção nas políticas regionais de mobilidade. Essa é a visão de Marcos de Souza, editor do portal Mobilize Brasil. No seu entender, a visão metropolitana deve ser priorizada.


“No Brasil, hoje temos ações, algumas ainda embrionárias, de estímulo ao uso das bicicletas. O número de acidentes ainda é muito grande. É um modal fantástico, especialmente agora, quando há bicicletas modernas, que até resolvem pequenos problemas de logística. E a Baixada Santista já tem uma tradição de bicicletas impressionante”, diz.


Márcio Aurélio Quedinho, da Agem, lembra que falta mais integração da malha cicloviária da região.


“Não é algo barato. Não é apenas a ciclovia, mas toda uma infraestrutura urbana também na área do entorno do sistema cicloviário. Além disso, a gente também está prevendo o transporte das bicicletas nesses modais, como o VLT. A gente conversa com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, estadual) sobre essa possibilidade”, explica.


Exemplar
Em termos de gestão de trânsito, a capital cearense é um exemplo vitorioso. A média de acidentes com mortes em Fortaleza caiu pelo menos 67% em vias que tiveram a velocidade máxima reduzida de 60para 50 km/h. Para Juliana Coelho, superintendente de Trânsito de Fortaleza, a iniciativa é um exemplo da mudança de conceitos.


“A cidade, por muito tempo, priorizou as pessoas que utilizam o transporte individual. Nos últimos anos, passamos por uma transformação, com a inversão dessa pirâmide, dando prioridade às pessoas que são mais vulneráveis no trânsito — no caso, pedestres e ciclistas.” Confira, abaixo, a íntegra da conversa com os convidados:




No próximo domingo (5), acompanhe várias matérias sobre os assuntos discutidos nesta rodada do fórum de A Região em Pauta.


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