E como vai ser o mundo, a partir da implementação, em escala cada vez maior, dos princípios de desenvolvimento ESG? Difícil prever, com exatidão, quando este tipo de preocupação será orgânica. Mas os especialistas ouvidos no projeto
“Vivemos um momento que nos gerou tanta doença socioambiental, onde o planeta hoje sofre. Mas também, ao mesmo tempo, vemos as pessoas tomando consciência dos impactos. Essa é a hora onde lideranças, pessoas que são mais atentas, começam a querer ver como podem impactar melhor o meio ambiente, resolver os problemas da questão social. Porque o mundo nunca esteve tão abundante e ainda temos pessoas passando fome”, vislumbra Luiz Fernando Lucas, escritor, especialista em ESG e compliance.
O consultor Daniel Maeda vai na mesma linha. “Está claro que caminhamos no sentido de acelerar a adoção de boas práticas e qualificar as discussões de ESG no mundo corporativo. Isso é fundamental, pois os desafios que o mundo enfrenta impõem que todos (e cada um) façam ao menos sua parte. E ainda assim vamos precisar ir além, com soluções regenerativas que ajudem a reverter, ou mitigar, danos já causados”.
Moisés Ribeiro, gerente de sustentabilidade da EcoRodovias, faz seu diagnóstico. “É uma força, que sofreu uma acomodação com o acrônimo ESG. Porque estamos falando sobre sustentabilidade, questões ambientais e sociais, há bastante tempo. Para uma empresa que já vem trazendo essas práticas, de alguma forma, a implantação é um processo mais orgânico que numa que se depara pela primeira vez com isso”.
Carlo Pereira, diretor do Pacto Global da ONU, considera que o Poder Público tem que vir junto. Um aspecto muito importante é sobre parcerias e implementação. “Está mais do provado de que ninguém faz nada sozinho. A gente precisa de todos os setores da sociedade trabalhando em conjunto. Quando se fala em Agenda 2030, ela foi criada pelos três setores da sociedade: poder Público, empresas e sociedade civil. E a ideia é de que todo mundo implemente”, acrescenta.
Uma parte importante desse processo, no seu entender, é a interiorização ou localização da agenda. Ou seja: primeiro Estados, traduzindo essa agenda para o seu país, mas também estados e municípios.
“O que é importante para a Baixada Santista? O que a gente tem que atacar? São avaliações que se tornam possíveis. E, claro, lançar mão de vários instrumentos financeiros cada vez mais focados nessa agenda ESG”.
O diretor do Pacto Global da ONU lembra, ainda, que a chamada primazia dos acionistas começou a cair em 2008. No lugar dela, começou a ganhar corpo o chamado capitalismo dos stakeholders. Um passo e tanto para o ESG ganhar tração.
“As coisas começaram a se mexer muito rapidame