Se forças motrizes da economia patinam na Baixada Santista, a infraestrutura também carece de melhorias em determinados aspectos. Melhorias de acesso, a ligação seca entre Santos e Guarujá e investimento em energia são “lições de casa” que a Região precisa fazer, de olho na necessária retomada econômica do pós-pandemia.
“Diversas problemáticas nos apresentaram. Habitação principalmente. Não dá para falar de turismo sem habitação, sem saneamento básico, sem segurança e sem saúde. Isso é inegociável, até porque esses problemas afloram e afugentam o fluxo turístico para a nossa região”, argumenta o ex-prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão.
Ele cita uma série de pré-requisitos para que a Região possa receber eventuais investidores. “Quando uma empresa quer vir para cá, ela pergunta: tem energia? Não tem na Baixada. Esse é um dos fatores que pesam. Sem energia, nada. Sem telefonia, nada. Sem transporte coletivo de massa, nada. E sem integração rodovia, porto, ferrovia, não nos tornamos atrativos. Precisamos fazer a lição de casa”, argumenta.
Mourão exemplifica o peso dessa falta de alguns atributos. “Como pode ter três cabos de fibra ótica internacional e não conseguir segurar na Baixada os data centers? Eles não ficam aqui, estão indo para a divisa de São Paulo por causa de energia. E estamos há 10 anos tentando fazer as linhas de transmissão passar pelo nosso Litoral”.
Ele cita a necessidade de melhorias nos acessos ao Porto de Santos como essencial. “Precisamos enfrentar os entraves rodoviários, esse problema que está a descida da Serra, para tornar mais barato e mais ágil esse processo da movimentação”.
Secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi elenca algumas situações em que o Governo paulista está envolvido. “Trabalhamos, nesse momento, um grande programa de palafitas para a região. A gente observa esta questão da habitação como chave para o futuro. Além da expansão logística da região, seja com o VLT para o Litoral Sul e também para o norte, seja com a ligação seca entre Santos e Guarujá, ou com outras possibilidades também colocadas, que vão desde aeroporto até transporte de cargas e contêineres e outras concessões”.
Lixo
Mauro Orlandini, ex-prefeito de Bertioga, lembra de outra questão importante para a região: o que fazer com o lixo, cujo aumento é reflexo de um crescimento populacional considerável.
“A questão do lixo na nossa região é muito grave, muito séria. Lembro que quando o governador era Geraldo Alckmin, o vice era Marcio França e o secretário de Ciência e Tecnologia, Tércio Garcia, era comandante do IPT. A gente fez uma parceria com Bertioga, para que desse um fundamento tecnológico. Entendo até que houve um desenvolvimento muito grande. A unidade de Bertioga foi um embrião para a Região”.