Brasil está em processo de aceleração para adoção das práticas de ESG

Número de empresas signatárias do Pacto Global da ONU cresceu nos últimos anos; um indicativo de avanço

Por: Redação  -  10/10/21  -  14:53
 Sede da Fiesp, na Capital: companhias têm aprendido a serem humanas
Sede da Fiesp, na Capital: companhias têm aprendido a serem humanas   Foto: Divulgação/FIESP

Um País com mais de 200 milhões de habitantes, com dimensões continentais, um ecossistema que mobiliza o mundo todo e empresas de destaque, seja pelo desempenho econômico ou pelas boas práticas reconhecidas aqui e no Exterior. O Brasil é tido como um campo promissor para a política do ESG. E os números atestam isso.


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A Rede Brasil do Pacto Global cresceu 42% no ano passado – já são mais de 1,3 mil ao todo. Este já seria um ótimo resultado, uma vez que as taxas de crescimento em 2018 e 2019 foram de 28% e 29%, respectivamente, porém se torna ainda mais relevante quando considerado o impacto causado pelo novo coronavírus. Os dados são do último relatório, de 2020.


“Ao mesmo tempo que temos cultura e capacidade de absorção do que é novo, vemos polarização sobre assuntos como gênero, diferença social e econômica. E uma população com muitos ainda abaixo da linha da pobreza. Temos a oportunidade e a necessidade (de mudar as coisas)”, avalia o escritor e especialista em ESG e compliance Luiz Fernando Lucas.


Para ele, o ambiente do ESG, de busca por um propósito maior, de integridade das empresas a e as políticas de querer causar impactos positivos, referenda o otimismo com o País. “É um caminho sem volta. O Brasil é uma grande oportunidade e, ao mesmo tempo, uma necessidade de transformar o planeta e dar o exemplo para o mundo”, complementa.


Novas gerações


Lucas acredita que os brasileiros, em especial os mais jovens, que são antenados com a tecnologia e trazem valores atualizados com o que o mundo pede, podem ser as molas propulsoras para que a política ESG ganhe ainda mais tração em território nacional.


“Mais do que esperança, tenho convicção de que as novas gerações, que já nascem nativos digitais, nascem com uma consciência maior sobre respeito ao próximo e ao meio ambiente e não aceitar mais como se fosse algo comum ou normal a questão da fome e desigualdade. Vejo que, mesmo em meio a todas as crises que o mundo está passando, as gerações mais novas, com a informação na ponta do dedo estão prontas”, insiste.


O especialista lembra, ainda, que o País tem uma condição interessante, que é uma quantidade muito maior de empresas familiares do que grandes corporações em relação aos Estados Unidos, por exemplo.


“Todo mundo que tem uma empresa familiar, tem uma família, uma casa, um vizinho. Essa realidade, talvez ainda não seja muito compreendida pela sigla, mas a gente sabe o que acontece uns com os outros”.


Mudança está longe de ser mera opção


A postura proativa e antenada de um número cada vez maior de pessoas atesta o que parece óbvio: a mudança para um modelo de sustentabilidade e respeito às diretrizes de ESG não é uma opção, mas uma necessidade – das empresas e do planeta.


“O número de empresas signatárias do Pacto Global no Brasil aumentou muito nos últimos anos. Há pouco tempo, a gente fazia eventos com até 20 CEOs... Hoje, falamos com cem, duzentos todo ano e de forma bem ativa”, resume o diretor Carlo Pereira.


Ele acredita que é um recado claro às grandes empresas: 90% do valor de uma empresa são os intangíveis, a maior parte sobre reputação. “Cada vez mais pessoas querem que empresas e líderes empresariais venham à frente para falar sobre questões da sociedade, por mais que não esteja alinhado ao negócio da empresa”.


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