Ela é presente em todos os municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista - e entre eles também. Em suas rodas, traz um sinal da necessária integração entre os nove municípios. A bicicleta, assim como outros meios de transporte não poluentes, representa uma necessidade de repensar a mobilidade urbana em vários aspectos. E há muito a ser feito para chegarmos a níveis ideais.
Ele reforça que a bicicleta é um modal que oferece inúmeras vantagens. "É um meio de transporte fantástico, que tem um potencial enorme agora, especialmente com as bicicletas mais modernas. E a Baixada tem uma tradição no uso de bicicletas que é impressionante. Você toma uma barca em Santos e vai até o outro lado, em Vicente de Carvalho, parece que você está na Holanda. É um lugar de uso intensivíssimo de bicicletas", reforça.
Para Souza, entretanto, ainda existe uma "falta de carinho" com relação à mobilidade em bicicletas. “Circular de bicicleta em Santos é relativamente fácil. É um grande polo que atrai trabalhadores de todas as regiões. Basta que se defina uma política metropolitana que estabeleça isso como prioridade. Tenho certeza que, em pouquíssimos anos, a Baixada Santista se tornaria uma região exemplar de uso da bicicleta para todo o Brasil”, acrescenta.
Nos planos
“Nós sabemos que ainda faltam ligações entre um e outro município. Há necessidade de investimentos, porque não é barato. Mesmo porque não é só ciclovia, mas há toda uma infraestrutura urbana, e a área do entorno também, tanto para pedestres junto às ciclovias, e também passagens de nível”, afirma.
Quedinho ressalta que existe a expectativa por iniciativas de suporte à utilização de bicicletas em escala metropolitana.
“Também vislumbramos a integração com o transporte público também com o transporte das bicicletas dentro de alguns transportes, como o VLT. A gente está em conversas com a EMTU para ver essa possibilidade”, pontua.
A iniciativa vai ao encontro à ideia do editor do site Mobilize Brasil. “Seria muito importante que não apenas o VLT, mas que o sistema de ônibus pudesse, de alguma maneira, transportar bicicletas, ou colocassem sistemas de bicicletas compartilhadas nos outros municípios, permitindo que as pessoas pudessem fazer o deslocamento da sua casa até um terminal de ônibus; de lá, pegar um ônibus; descer e pegar uma outra bicicleta para completar o trajeto”, pondera.
Em Fortaleza, por exemplo, a política é estímulo à utilização das bicicletas, mas com fiscalização ostensiva e conscientização também de quem usa esse modal. “A cidade tem incentivado bastante o uso, não somente como prática esportiva, mas principalmente como um meio de deslocamento. São feitas mais de 235 mil viagens por bicicleta diariamente aqui na cidade, que é plana, mas é muito quente. As pessoas dizem que aqui não teria vocação para bicicletas, mas vemos as principais vias com mais de 4 mil ciclistas/dia. Mais de 90% da infraestrutura para ciclistas é de ciclofaixas”, explica Juliana Coelho, superintendente de trânsito da capital do Ceará.